Em nome do pai, do filho e da mãe
a tormenta materna em Morra, Amor, de Ariana Harwicz
DOI:
https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p181-196Palavras-chave:
Narrativa contemporânea, Maternidade, Família, Drama burguês, Literatura argentinaResumo
No livro Morra, amor (2019), da escritora argentina Ariana Harwicz, nos deparamos com um relato marcado por sentimentos sombrios sobre a maternidade. Assim, o livro navega na corrente contrária a narrativas que enaltecem e edulcoram a família. Elegemos três momentos significativos para propor uma leitura do livro de Harwicz, destacando seus momentos de choque e contraste com narrativas familiares anteriores. Um percurso que se inicia com o nascimento do drama familiar, na peça O filho natural, de Diderot, colocando a família como núcleo da virtude e dos bons sentimentos; passa pela desconfiança sobre a paternidade, em O pai, de Strindberg, com o lar como lugar de crise, e chega, enfim, a Morra, amor, que narra os interditos sobre a maternidade. Destacamos, dessa maneira, como o livro se apresenta como um contraste radical à fábula da harmonia familiar, expressando o que ficou sufocado por certa tradição.
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