Campos de Carvalho e o Diabo

Autores

  • Mario Tommaso Universidade de São Paulo - USP

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p251-270

Palavras-chave:

Campos de Carvalho, nonsense, Diabo, autoria, recepção

Resumo

O artigo busca contextualizar e analisar a entrevista concedida por Campos de Carvalho ao Jornal de Letras, em setembro de 1959. Na recepção à obra do autor, argumentos morais são empregados à guisa de juízo estético, positiva ou negativamente. Contra ambos, o autor se insurge, propondo uma ruptura com os paradigmas metafísicos que orientavam tais leituras. Sua autorrepresentação como pactuário do “Diabo” aparece na entrevista, confundindo persona ficcional e escritor – que a crítica já havia embaralhado –, no contexto de uma polêmica sobre a legitimidade do tema da loucura em seus livros. A entrevista, como intervenção crítica, reinventa o próprio escritor como entidade ficcional e devolve respostas iconoclastas às formulações contra a obra e o autor. Nela, “Diabo” equivale à figura de uma imanência radical, horizonte da ficção nonsense de Carvalho.

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Biografia do Autor

Mario Tommaso, Universidade de São Paulo - USP

Doutor em Literatura brasileira pela Universidade de São Paulo (USP). 

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Publicado

2024-12-20

Como Citar

Tommaso, M. (2024). Campos de Carvalho e o Diabo. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (33), 251–270. https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p251-270