O  grotesco, o marginal e a estranheza no romance Favelost, de Fausto Fawcett

Ricardo Celestino

doi:10.23925/1983-4373.2024i33p123-141

Autores

Ricardo Celestino Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC SP https://orcid.org/0000-0002-2559-9510

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p123-141

Palavras-chave:

Favelost, Fausto Fawcett, poética da incerteza, grotesco, literatura marginal

Resumo

Este artigo analisa as estratégias de construção de sentidos dos enunciados literários presentes no romance Favelost (2012), de Fausto Fawcett. Selecionamos como referencial teórico-metodológico a Análise do Discurso proposta por Dominique Maingueneau, que propõe a necessidade de organização de um quadro hermenêutico para a leitura crítica de enunciados literários. Optamos por um quadro hermenêutico constituído por: a literatura marginal, caracterizada por dar voz a personagens e cenários frequentemente relegados à periferia da sociedade; a poética da incerteza, que opera por meio de uma suspensão contínua da descrença, mantendo o coenunciador em um estado de hesitação entre explicações racionais e sobrenaturais; e o grotesco, ferramenta poderosa para destacar as aberrações e injustiças sociais, utilizando o choque e a perturbação para provocar uma reação emocional no coenunciador. Demonstramos que a confluência das três formações discursivas não apenas reforça o caráter especulativo da amostra selecionada, mas também proporciona uma leitura crítica aprofundada.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ricardo Celestino, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC SP

Possui licenciatura em Letras pela Universidade Bandeirante de São Paulo, Especialização em Lingua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Mestrado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Doutorado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Psicanalista em formação pelo Corpo Freudiano núcleo São Paulo. Atualmente, é professor Programa de Pós-graduação em Literatura e Crítica Literária da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Referências

AUTHIER-REVUZ, J. Hétérogénéité montrée e hétérogénéite constitutive: élementspou une approche de l‟autredanslediscours. In: DRLAV – Revue de Linguistique, n.26, 1982. Disponível em: https://www.persee.fr/doc/drlav_0754-9296_1982_num_26_1_978. Acesso em: 27 nov. 2024.

CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de Análise do Discurso. Trad. Fabiana Komesu. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

BAKHTIN, M. A cultura popular na Idade Média: o contexto de Fraçois Rabelais. Trad. Yara Frateschi Vieira. 6. ed. São Paulo: Hucitec, 2008.

BESSIÈRE, I. El relato fantástico: forma mixta de caso y adivinanza. David Roas, org. Teorías de lo Fantástico. Madrid: Arco/Libros S.L., 2001. p. 83-104.

CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp, 1997.

DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. Trad. Aurélio Guerra Neto e Célia Pinto Costa. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

EBLE, L. J. (auto)biografias urbanas: percursos possíveis pela literatura marginal. In: Revue d’études ibériques et ibéro-américaines. Paris. n.2, p 27-36. Automne, 2012. Disponível em: https://hal.science/hal-04069828/. Acesso em: 27 nov. 2024.

FAWCETT, F. Favelost: (the book). São Paulo: Martins Fontes, 2012.

FERRÉZ (org.). Literatura marginal: talentos da escrita periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005.

ISER, W. O ato de leitura: uma teoria do efeito estético. Trad. Johannes Kretschmer. São Paulo: Editora 34, 1996-1999.

KAYZER, W. O grotesco. Trad. J. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2003.

MAINGUENEAU, D. (2006). O discurso literário. Trad. Sírio Possenti. São Paulo: Contexto, 2006.

SANTOS, C. C. A violência em Capão Pecado. Literatura e Autoritarismo, v.1. n. 10, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.5902/1679849X73951. Acesso em: 8 nov. 2024.