Violência e erotismo na escrita de Moscow, de Edyr Augusto
Palavras-chave:
Erótica, Transgressão, Performance, ProfanaçãoResumo
O romance Moscow (2015), do autor paraense Edyr Augusto Proença, recebeu pouca atenção da crítica especializada até o momento. O presente artigo apresentará uma adaptação da dissertação de mestrado em que analiso a obra, com objetivo de investigar a violência no romance sob um viés erótico, a partir de sua materialização na escrita performativa da narrativa. Entende-se que a transgressão da distância estética do narrador de Moscow provoca erotismo e violência na escrita, na medida em que estabelece um efeito de continuidade e de presença, no âmbito da performance narrativa, de seu outro: o leitor. Compreendendo que o narrador afeta, com o discurso, o leitor e que essa afecção, por si só, é erótica, a concepção de erótico e violência em Bataille (2017) atua como elemento condutor do núcleo central do estudo, associado a um processo de profanação, norteado pelos estudos de Agamben (2007).
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