“A solidão é a tinta da viagem”

experiências migrantes na narrativa brasileira contemporânea

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p66-86

Palavras-chave:

Deslocamento, Identidade, Barbárie, Bernardo Carvalho, Milton Hatoum

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar dois aspectos nos romances Simpatia pelo demônio (2016), de Bernardo Carvalho, e A noite da espera (2017), de Milton Hatoum: deslocamentos migratórios/exílicos e rastros da barbárie em sua dimensão social e pessoal. As obras tratam da experiência do deslocamento com suas tensões e subjetividades, colocando em evidência a noção de estraneidade para além da dimensão territorial (Canclini, 2016). Na obra de Carvalho, a perspectiva é a do estrangeiro que cruza países na tentativa de combater o terrorismo no mundo em meio às vicissitudes da própria identidade em conflito. Na obra de Hatoum, o olhar é o de um sujeito exilado que escreve e realiza um resgate da memória para elaborar o passado e tentar seguir em frente. Essas duas perspectivas se complementam, na medida em que refletem a pluralidade das narrativas migrantes.

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Biografia do Autor

Alex Bruno da Silva, Universidade Federal de Goiás - UFG

Doutor em Letras e Linguística pela UFG – Universidade Federal de Goiás. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutorado em Estudos Literários pela UFG.

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Publicado

2024-12-20

Como Citar

da Silva, A. B. (2024). “A solidão é a tinta da viagem”: experiências migrantes na narrativa brasileira contemporânea. FronteiraZ. Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados Em Literatura E Crítica Literária, (33), 66–86. https://doi.org/10.23925/1983-4373.2024i33p66-86