Mulheres pecadoras e o horror slasher

protagonismo feminino em X (2022), de Ti West

Autores

Palavras-chave:

corpo feminino, protagonismo feminino, cinema de horror, slasher

Resumo

Nos estudos do cinema de horror mais recentes, evidencia-se a presença do subgênero slasher, conhecido pela presença de assassinatos em série e violência explícita em sua narrativa. Diante desse contexto, questiona-se: como as mulheres — e seus corpos — são representados em uma produção desse gênero? Para responder esse questionamento, utiliza-se como objeto deste estudo o filme X (2022), dirigido por Ti West. Este artigo objetiva compreender a representação da mulher no cinema de horror slasher, utilizando em seu corpo teórico os estudos relacionados ao horror e feminino. Espera-se, com este trabalho, colaborar com as discussões acadêmicas acerca dos estudos de gênero e sexualidade, feminismo e cinema de horror.

Biografia do Autor

Ana Catarine Mendes da Silva, Universidade Estadual de Campinas

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), membro do Grupo de Estudos sobre Gêneros Cinematográficos e Audiovisuais (Genecine) da Unicamp, e do Grupo de Estudos do Horror e do Insólito na Comunicação da Universidade Anhembi Morumbi. É pós-graduada em arte, cultura e educação pela Faculdade Intervale e graduada em relações públicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).

Luiza Lusvarghi, Universidade Estadual de Campinas

Professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Multimeios da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), membro do grupo de estudos sobre gêneros cinematográficos e audiovisuais (Genecine)  da Unicamp, autora de O crime como gênero na ficção audiovisual da América Latina (2018), autora e coorganizadora da coletânea Mulheres atrás das câmeras: as cineastas brasileiras, de 1930 a 2018 (2019).

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Publicado

2024-06-04

Edição

Seção

Artigos | Articles