Monstrosity in Cordel Literature

border and semiosphere in brazilian outback

Authors

Keywords:

Cordel Literature, monstrosity, semiosphere, border, translation

Abstract

Monsters and monstrous creatures sneak through the gaps in mythical and sacred narratives and find their way into films, TV series, electronic games, comic books and novels. In Brazilian cordel, monsters terrorize their victims and antagonize the heroes. These encounters occur in remote, peripheral locations, such as inhospitable forests, abandoned houses and lands beyond the sea — which is beyond geographical limits, the edges of the possible. With imprecise etymology and meanings, the sertão is an opening for inventiveness and unpredictability. More than a contiguous territory that shares socioeconomic, climatic, geographic and cultural characteristics, this outback periphery has symbolic aspects and, as a border, opposes values such as modern, sophisticated and safe. This article analyzes the presence of monsters in Cordel Literature. To this end, the concepts of border, translation and semiosphere are involved, according to the thoughts of Iuri Lotman (1990). Ambiguous, the backcountry territory refers both to the arid interior regions of northeastern Brazil, ravaged by drought and poverty, and to the imaginary spaces of literature, inhabited by fantastic beings and wandering monsters.

Author Biographies

Felipe Lima Rodrigues, Universidade Federal do Ceará

Doutorando em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Ceará, mestre em Comunicação Social pela Universidade Federal do Ceará (2018) e pós-graduação lato sensu em Artes Visuais: Cultura e Criação pelo Senac. Tem MBA em Gestão de Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (2008). Graduação em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (2004) e jornalista do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Ceará. Desenvolve projetos de pesquisa e de extensão nas áreas da imagem, da Semiótica da Cultura, da Literatura de Cordel, da Monstruosidade e das Histórias em Quadrinhos.

Gabriela Frota Reinaldo, Universidade Federal do Ceará

Doutora em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (Bolsista Fapesp 1998 - 2002), professora do Instituto de Cultura e Arte, o ICA, da Universidade Federal do Ceará (UFC); professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Tradução, o POET, e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação, PPGCom-UFC, e coordena o Imago - laboratório de estudos de estética e imagem (http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/3220389528083591), que abriga, entre outros projetos de pesquisa, os projetos "Tradução Intersemiótica: a relação palavra e imagem" e "As faces do rosto". Realizou doutorado sanduíche na Université Paris X (1998) e estágio pos-doutoral sênior na condição de professora visitante no Departamento de História da Arte da Universidade de Cambridge - UK, onde investigou as representações do Brasil feitas pelos artistas cientistas do século XIX, especialmente C.F.P von Martius (projeto intitulado "O olhar naturalista e o seu legado para a ciência e para a ficção", Estágio Sênior no exterior, Bolsa Capes - agosto de 2013 a agosto de 2014). Neste período, também pesquisou e participou de eventos no The Warburg Institute, ligado à Universidade de Londres. Tem experiência na área de Semiótica, com ênfase em Comunicação Social atuando principalmente nos seguintes temas: Semiótica peirceana, Semiótica da Cultura, Mito, Tradução Intersemiótica e entre culturas, Literatura, Vilém Flusser e João Guimarães Rosa.

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Published

2024-12-28

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Artigos | Articles