De Greimas a Jacques Geninasca. Por uma semiótica da fala
Mots-clés :
Teoria semiótica, discurso, racionalidade, Greimas, Geninasca.Résumé
Este artigo mostra como, embasado em princípios epistemológicos partilhados, Greimas e Geninasca situaram suas pesquisas a níveis de pertinência diferentes e alimentaram dois projetos semióticos distintos, um voltado para a “língua”, outro para a “fala”. Greimas coloca a coerência e a inteligibilidade dos discursos sob a dependência de uma – e de somente uma – estrutura da significação, ao mesmo tempo elementar e universal. Essa estrutura, da qual o quadrado semiótico é o modelo, seria anterior e independente da atividade enunciativa. Na economia global da teoria semiótica de Greimas ela faz parte das estruturas profundas, situadas na “língua”. Geninasca, por seu lado, procura analisar as estratégias de coerência que permitem instaurar os textos em “discursos”, isto é, em objetos semióticos. Fazendo isso, ele coloca a emergência da significação no final de uma atividade atribuível à instância enunciativa. Ao privilegiar o nível discursivo, ele define a semiótica como uma teoria das “condições para a instauração dos discursos”, o que equivale a orientá-la para a “fala” e abre um conjunto de questões novas. A teoria semiótica se define desde então em relação a um novo conjunto de questões. Em particular, ao problema das conversões entre os níveis de profundidade previstos pelo percurso gerativo da significação de Greimas, Geninasca substitui a questão da integração de uma pluralidade de linguagens, de apreensões do sentido e de racionalidades.
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