O problema conceitual em algumas histórias em quadrinhos abstratas
reflexões e críticas
Mots-clés :
histórias em quadrinhos abstratas, non sequitur, artrologia das imagens, narratividadeRésumé
Este artigo trata de uma questão ontológica para os estudos das histórias em quadrinhos contemporâneas, a saber, aquelas obras que são denominadas amplamente de histórias em quadrinhos abstratas ou abstract comics. Para tanto, faremos uma reflexão sobre este tipo de produção tendo como principal premissa que alguns desses trabalhos não podem ser enquadrados como HQs mesmo se levarmos em consideração as citações, presentes em algumas dessas obras, recorrentes da linguagem das histórias quadrinhos: balões, requadros, sarjetas e onomatopeias e outros. Socialmente há também o rótulo midiático - Quadrinhos Abstratos - que seus produtores, críticos e público deram para essas criações artísticas de maneira indiscriminada e que colabora com a problemática. Para sustentar nossas argumentações usaremos, entre outros autores, Pierre Fresnault-Deruelle (1976), Scott McCloud (1995) e Thierry Groesnteen (2013) que sustentam a ideia que as HQs precisam mais do que uma mera justaposição ou sobreposição das matérias verbais e visuais para serem denominadas de histórias em quadrinhos. Segundo estes autores, estas dimensões (visuais e/ou verbais) precisam ser minimamente articuladas para a produção de um sentido narrativo como HQs - base da legitimação sob a qual sustentamos.
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