Les riches ne regardent pas la télévision
Perspectives des coaches brésiliens sur la relation entre la télévision, le succès et le développement personnel
Mots-clés :
coaches, qualité, télévision, consommation, succèsRésumé
Cette étude examine les discours des coachs brésiliens dans des vidéos YouTube concernant l’habitude de regarder la télévision. En nous appuyant sur l’analyse du discours d’inspiration foucaldienne (2009), nous examinons comment cette consommation est décrite comme néfaste, liée à une mauvaise gestion du temps et perçue comme un obstacle au développement personnel. Nous nous penchons sur les discours qui individualisent les impacts « mentaux » de la télévision dans le contexte de la culture thérapeutique promue par ces individus. Nous identifions deux catégories principales : « TV et vibration » et « TV et richesse », qui dévoilent les interconnexions entre la culture du conseil et les discours discréditant la télévision, la présentant comme une pratique culturelle inférieure qui renforce les distinctions de classe. Enfin, nous soulignons les aspects problématiques de la responsabilité individuelle dans les actes quotidiens tels que l’habitude de regarder la télévision, qui occulte les facteurs structurels et systémiques influençant les trajectoires sociales et économiques des individus.
Références
ADORNO, Theodor. How to look at television. The Quarterly of Film Radio and Television, Okland, v. 8, n. 3, p. 213-235, 1954.
ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2007.
BOYLE, Harry. Television’s Critics and its Future. Queen’s Quarterly, Ontario, v. 86, n. 4, p. 681-690, 1979.
CANNITO, Newton. A televisão na era digital. São Paulo: Summus, 2010.
CASTELLANO, Mayka; MEIMARIDIS, Melina. A “televisão do futuro”? Netflix, qualidade e neofilia no debate sobre TV. Matrizes, v. 15 n. 1, 2021.
CASTELLANO, Mayka. Vencedores e fracassados: o imperativo do sucesso na cultura da autoajuda. Curitiba: Appris, 2018.
CAVELL, Stanley. The fact of television. Daedalus, Cambridge, MA, p. 75-96, outono 1982.
DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
DELEUZE, Gilles. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 2000.
ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1976.
EHRENBERG, Alain. O culto da performance: da aventura empreendedora a depressão nervosa. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2010.
FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: curso dado no College de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.
FREIRE FILHO, João. A TV, os literatos e as massas no Brasil. Revista Contracampo, Niterói, n. 8, 2003.
FREIRE FILHO, João. Os estudos culturais e os deslocamentos do domínio estético. ECO-Pós, v. 12, n. 3, 2009.
FUREDI, Frank. Therapeutic culture: cultivating vulnerability in an uncertain age. Londres: Routledge, 2004.
HILMES, Michele. The Bad Object: Television in the American Academy. Cinema Journal, Norman, v. 45, n. 1, p. 111-117, 2005.
ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos de capitalismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora Ltda., 2011.
LEAL, Tatiane. A invenção da sororidade: sentimentos morais, feminismo e mídia. Tese (Doutorado em comunicação). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2019.
LEVINE, Elaine. Wallowing in Sex: The New Sexual Culture of 1970s American Television. Durham, NC: Duke University Press, 2007.
MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Editora Senac, 2000.
MANDER, Jerry. Four arguments for the elimination of television. Nova Iorque: Quill, 1978.
MEIMARIDIS, Melina. Séries de conforto: a ficcionalização de instituições na TV. Curitiba: Appris, 2023.
MITTELL, Jason. The cultural power of an anti-television metaphor: Questioning the “plug-in drug” and a TV-free America. Television & New Media, v. 1, n. 2, p. 215-238, 2000.
NEWMAN, Michael. Z. Quality TV as liberal TV. Western Humanities Alliance journal, Salt Lake City, v. 70, n. 3, 2016.
PETERSON, Richard. The rise and fall of highbrow snobbery as a status marker. Poetics, n. 25, 1997.
PETRO, Patrice. Mass culture and the feminine: the “place” of television in film studies. Cinema Journal, Norman, p. 5-21, 1986.
RONSINI, Veneza. A crença no mérito e a desigualdade: a recepção da telenovela do horário nobre. Porto Alegre: Sulina, 2012.
RÜDIGER, Francisco. Literatura de auto-ajuda e individualismo. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1996.
SACRAMENTO, Igor. A era da testemunha: uma história do presente. Revista Brasileira de História da Mídia, v. 7, p. 125-140, 2018.
SAFATLE, Vladimir. Cinismo e falência da crítica. São Paulo, Boitempo, 2008.
THOMPSON, Robert. Television’s Second Golden Age: From Hill Street Blues to ER. [S.l.]: Syracuse University Press, 1997.
TRENTO, Francisco., HOLTZ, Ana Catarina. “Bora pra action: análise sobre o discurso do empreendedor de alta performance e o self quantificado.” Anais do XXVI Compós. São Paulo: Compós, 2017. p. 1-20.
WILLIAMS, Raymond. Television: Technology and cultural form. [S.l.]: Fontana, 1974.
WINN, Marie. The plug-in drug. Nova Iorque: Viking Penguin, 1977.
Téléchargements
Publié-e
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
© GALÁxIA. Revista Interdisciplinar de Comunicação e Cultura 2025

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Os autores de artigos publicados mantêm os direitos autorais de seus trabalhos, licenciando-os sob a licença Creative Commons CC-BY, que permite que os artigos sejam reutilizados e distribuídos sem restrição, desde que o trabalho original seja corretamente citado. Os autores concedem para GALÁxIA. Revista Interdisciplinar de Comunicação e Cultura o direito de primeira publicação.


Este obra está licenciada com uma Licença