Les riches ne regardent pas la télévision

Perspectives des coaches brésiliens sur la relation entre la télévision, le succès et le développement personnel

Auteurs-es

Mots-clés :

coaches, qualité, télévision, consommation, succès

Résumé

Cette étude examine les discours des coachs brésiliens dans des vidéos YouTube concernant l’habitude de regarder la télévision. En nous appuyant sur l’analyse du discours d’inspiration foucaldienne (2009), nous examinons comment cette consommation est décrite comme néfaste, liée à une mauvaise gestion du temps et perçue comme un obstacle au développement personnel. Nous nous penchons sur les discours qui individualisent les impacts « mentaux » de la télévision dans le contexte de la culture thérapeutique promue par ces individus. Nous identifions deux catégories principales : « TV et vibration » et « TV et richesse », qui dévoilent les interconnexions entre la culture du conseil et les discours discréditant la télévision, la présentant comme une pratique culturelle inférieure qui renforce les distinctions de classe. Enfin, nous soulignons les aspects problématiques de la responsabilité individuelle dans les actes quotidiens tels que l’habitude de regarder la télévision, qui occulte les facteurs structurels et systémiques influençant les trajectoires sociales et économiques des individus.

Bibliographies de l'auteur-e

Lucas Priori, Universidade Federal Fluminense

Lucas Priori é mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da
Universidade Federal Fluminense (UFF) e graduado em História pela Universidade
Católica de Petrópolis (UCP).

Mayka Castellano, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Pós-Doutoranda no PPGCOM da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ) na linha Mídia e Mediações Socioculturais. Doutora em Comunicação e Cultura pela mesma instituição.

Melina Meimaridis, Universidade Federal Fluminense

Melina Meimaridis é uma pesquisadora no campo da Comunicação, reconhecida por suas contribuições no estudo do streaming de vídeo e da ficcionalização de instituições sociais na televisão. Com um doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense, Melina também possui um mestrado em Comunicação e uma graduação com Láurea Acadêmica em Estudos de Mídia pela mesma instituição. Atualmente, como pós-doutoranda, ela é bolsista do programa de Pós-doutorado Nota 10 da FAPERJ, conduzindo o projeto "As Instituições Sociais Ficcionais: uma abordagem transnacional televisiva", sob a supervisão do prof. Dr. Bruno Campanella. Autora do livro "Séries de Conforto: A Ficcionalização de Instituições na TV", seus interesses de pesquisa incluem indústrias da mídia, Comfort Series e plataformas de streaming de vídeo em mercados nacionais e regionais. Sua pesquisa atual se concentra em dois principais esforços: o primeiro examina como a ficção televisiva seriada constrói entendimentos sobre instituições sociais e como essas construções circulam nos fluxos televisivos transnacionais; o segundo analisa a expansão transnacional da Netflix e seu impacto em países pertencentes ao Mundo Majoritário.

Références

ADORNO, Theodor. How to look at television. The Quarterly of Film Radio and Television, Okland, v. 8, n. 3, p. 213-235, 1954.

ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2007.

BOYLE, Harry. Television’s Critics and its Future. Queen’s Quarterly, Ontario, v. 86, n. 4, p. 681-690, 1979.

CANNITO, Newton. A televisão na era digital. São Paulo: Summus, 2010.

CASTELLANO, Mayka; MEIMARIDIS, Melina. A “televisão do futuro”? Netflix, qualidade e neofilia no debate sobre TV. Matrizes, v. 15 n. 1, 2021.

CASTELLANO, Mayka. Vencedores e fracassados: o imperativo do sucesso na cultura da autoajuda. Curitiba: Appris, 2018.

CAVELL, Stanley. The fact of television. Daedalus, Cambridge, MA, p. 75-96, outono 1982.

DARDOT, Pierre; LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

DELEUZE, Gilles. Post-scriptum sobre as sociedades de controle. Conversações. Rio de Janeiro: Editora 34, 2000.

ECO, Umberto. Apocalípticos e integrados. São Paulo: Perspectiva, 1976.

EHRENBERG, Alain. O culto da performance: da aventura empreendedora a depressão nervosa. Aparecida, SP: Ideias & Letras, 2010.

FOUCAULT, Michel. Nascimento da biopolítica: curso dado no College de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

FREIRE FILHO, João. A TV, os literatos e as massas no Brasil. Revista Contracampo, Niterói, n. 8, 2003.

FREIRE FILHO, João. Os estudos culturais e os deslocamentos do domínio estético. ECO-Pós, v. 12, n. 3, 2009.

FUREDI, Frank. Therapeutic culture: cultivating vulnerability in an uncertain age. Londres: Routledge, 2004.

HILMES, Michele. The Bad Object: Television in the American Academy. Cinema Journal, Norman, v. 45, n. 1, p. 111-117, 2005.

ILLOUZ, Eva. O amor nos tempos de capitalismo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora Ltda., 2011.

LEAL, Tatiane. A invenção da sororidade: sentimentos morais, feminismo e mídia. Tese (Doutorado em comunicação). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2019.

LEVINE, Elaine. Wallowing in Sex: The New Sexual Culture of 1970s American Television. Durham, NC: Duke University Press, 2007.

MACHADO, Arlindo. A televisão levada a sério. São Paulo: Editora Senac, 2000.

MANDER, Jerry. Four arguments for the elimination of television. Nova Iorque: Quill, 1978.

MEIMARIDIS, Melina. Séries de conforto: a ficcionalização de instituições na TV. Curitiba: Appris, 2023.

MITTELL, Jason. The cultural power of an anti-television metaphor: Questioning the “plug-in drug” and a TV-free America. Television & New Media, v. 1, n. 2, p. 215-238, 2000.

NEWMAN, Michael. Z. Quality TV as liberal TV. Western Humanities Alliance journal, Salt Lake City, v. 70, n. 3, 2016.

PETERSON, Richard. The rise and fall of highbrow snobbery as a status marker. Poetics, n. 25, 1997.

PETRO, Patrice. Mass culture and the feminine: the “place” of television in film studies. Cinema Journal, Norman, p. 5-21, 1986.

RONSINI, Veneza. A crença no mérito e a desigualdade: a recepção da telenovela do horário nobre. Porto Alegre: Sulina, 2012.

RÜDIGER, Francisco. Literatura de auto-ajuda e individualismo. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 1996.

SACRAMENTO, Igor. A era da testemunha: uma história do presente. Revista Brasileira de História da Mídia, v. 7, p. 125-140, 2018.

SAFATLE, Vladimir. Cinismo e falência da crítica. São Paulo, Boitempo, 2008.

THOMPSON, Robert. Television’s Second Golden Age: From Hill Street Blues to ER. [S.l.]: Syracuse University Press, 1997.

TRENTO, Francisco., HOLTZ, Ana Catarina. “Bora pra action: análise sobre o discurso do empreendedor de alta performance e o self quantificado.” Anais do XXVI Compós. São Paulo: Compós, 2017. p. 1-20.

WILLIAMS, Raymond. Television: Technology and cultural form. [S.l.]: Fontana, 1974.

WINN, Marie. The plug-in drug. Nova Iorque: Viking Penguin, 1977.

Téléchargements

Publié-e

2025-10-01

Comment citer

Priori, L., Castellano, M., & Meimaridis, M. (2025). Les riches ne regardent pas la télévision: Perspectives des coaches brésiliens sur la relation entre la télévision, le succès et le développement personnel. GALÁxIA. Revista Interdisciplinar De Comunicação E Cultura, 50(1), e67712. Consulté à l’adresse https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/67712

Numéro

Rubrique

Artigos | Articles