A dupla expressão da identidade do jornal

Resumo

A identidade do jornal é estudada nos aspectos sensíveis e corpóreos de seus modos de presença e de seu estilo, que se impõem em sua interação com outros sujeitos. Para analisála, colocamo-nos no campo da semiótica das situações, objetivando contribuir para maior inteligibilidade do sensível na mídia impressa. Apoiamo-nos teórica e metodologicamente na semiótica de A. J. Greimas e, em especial, na sociossemiótica de E. Landowski e na semiótica plástica de J.-M. Floch. Destacamos no arranjo plástico da expressão do jornal dois tipos de processamento de sua identidade. O primeiro estrutura-se por uma estética invariável do arranjo das particularidades distintivas que nomeia o jornal. Distinguindo-se das demais mídias, essa diferença constrói a identidade nominal. O segundo tipo estrutura-se na primeira página por meio de variações dos arranjos dos elementos constituintes da sintagmática, mostrando a pluriatualização da estética identitária. Integrados, os dois mecanismos definem o próprio da identidade do jornal. Enquanto o nome assertivamente apresenta quem enuncia, a diagramação põe essa identidade à prova diariamente nas metamorfoses dos arranjos da plasticidade do mesmo. Em consonância, enquanto um mecanismo afirma a identidade, o outro comprova sua sustentação e a reafirma.