A direção do tratamento quando as palavras estão fora de lugar
supervisão e desdobramentos terapêuticos em um caso de transtorno de linguagem na infância
Mots-clés :
linguagem infantil, transtorno de linguagem, psicanálise, interdisciplinaridadeRésumé
A clínica com crianças convoca continuamente o fonoaudiólogo a rever sua prática quando mediante seu repertório teórico-clínico o tratamento não avança. Nestes momentos, a supervisão possibilita circular sentidos construindo novas articulações, desencadeadas pela escrita e escuta do seu dito. Esse dispositivo favorece olhar criticamente a condução do tratamento, colocando ideias em nova ordem. A desordem foi o mote da supervisão do caso apresentado, no qual as palavras estavam “fora de lugar” e a criança não encontrava interlocutores que apostassem em seu lugar de falante. A supervisão proporcionou novos manejos que pudessem conduzir Daniel a um lugar construtor de narrativas.
Références
ANDRADE, L. Os efeitos da fala como acontecimento na clínica fonoaudiológica. In: Letras de Hoje, 36(3): 261-265. Porto Alegre: setembro, 2001.
BAPTISTA, M.G.G. Tempo, desenvolvimento e distúrbios de linguagem, 2017. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/blogs/crianca-em-desenvolvimento/tempo-desenvolvimento-e-disturbios-de-linguagem/. Acesso em 22/06/2019.
BERGÉS, J. Retardo da linguagem e afetividade. In: Escritos da Criança, (2): 21-29, 1997. Porto Alegre: Centro Lydia Coriat.
BERNARDINELI, M.; COLINO, V. Discussão de casos: o que é essa instância em Fonoaudiologia. In: ROCHA, A.C.; BAPTISTA, M.G.G. (org.) A criança e a palavra: a linguagem e suas articulações. Curitiba: CRV, 2018.
BRAGA, C.R.C. Quando os tropeços na aquisição da linguagem falam: a importância da escuta do sintoma na prática fonoaudiológica. Dissertação de Mestrado. UFPA, 2022. (inédita).
COSTA PEREIRA, M.E. “Psiquiatria baseada no sujeito”: o sujeito da psicanálise como fundamento ético para a clínica médica psiquiátrica. In: CATÃO, I. (org.) Mal-estar na infância e medicalização do sofrimento: quando a brincadeira fica sem graça. 78-92. Salvador: Ágalma, 2020.
FURNARI, E. Não Confunda. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2011.
FUZARO, S.R.C.; PASSOS, M.C. Linguagem e (co)mensurabilidade dos fenômenos. In: PASSOS, M.C. (org.) A clínica fonoaudiológica em questão. 51-70. São Paulo: Plexus Editora, 2001.
LACAN, J. O estádio do espelho como formador da função do eu. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1949/1998, 96-103.
LACAN, J. O Seminário. Livro 11. Os quatro conceitos fundamentais da Psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1964/2008.
DE LEMOS, C. Das vicissitudes da fala da criança e sua investigação. In: Cadernos de Estudos Linguísticos, (42), 41-69, 2002.
LEMOS, C.T.G. Sobre o paralelismo, sua extensão e a disparidade de seus efeitos. In: LIER-DEVITTO, M.F.; ARANTES, L. (org.) Aquisição, Patologias e Clínica de Linguagem. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2006.
LIER-DEVITTO, M. F. Patologias da Linguagem: sobre as “vicissitudes de falas sintomáticas”. In: LIER-DEVITTO, M.F.; ARANTES, L. (org.) Aquisição, Patologias e Clínica de Linguagem. São Paulo: EDUC/ FAPESP, 2006.
OJEDA et al. O imprevisível e o ato criativo: a língua e a musicalidade na clínica da primeira infância – reflexões a partir de um caso clínico. In: JERUSALINSKY, J.; MELO, M. (Orgs.) Quando algo não vai bem com o bebê: detecções e intervenções estruturantes em estimulação precoce. Salvador: Ágalma, 2020.
OLIVEIRA, B. Instituição e Psicanálise. Da impotência à impossibilidade. Dissertação de Mestrado. PUC-SP, 2000. (inédita).
OLIVEIRA, B. Falar não é fácil. In: ROCHA, A.C.; BAPTISTA, M.G.G. (Orgs.) A criança e a palavra: a linguagem e suas articulações. Curitiba: CRV, 2018.
PALLADINO, R.R.R. Encontros e desencontros da Fonoaudiologia. In: PASSOS, M.C. (Org.) Fonoaudiologia: recriando seus sentidos. São Paulo: Plexus Editora, 1996.
PALLADINO, R.R.R. Linguagem e (co)mensurabilidade dos fenômenos. In: PASSOS, M.C. (Org.) A clínica fonoaudiológica em questão. 153-162. São Paulo: Plexus Editora, 2001.
PASTORELLO, L. Diagnóstico e posição clínica. In: ROCHA, A.C.; BAPTISTA, M.G.G. (Orgs.) A criança e a palavra: a linguagem e suas articulações. Curitiba: CRV, 2018.
ROCHA, A.C.; MAIA, S.M. Caso/Caos – Para que serve uma escrita. In: Distúrb Comun, 25(2): 385-291. São Paulo: agosto, 2013.
VORCARO, A. Crianças em psicanálise – clínica, instituição, laço social. Rio de Janeiro: Companhia de Freud, 1999.
WANDERLEY, D.B. A entrada do bebê no mundo da linguagem e sua relação com o outro parental. In: Psicanálise e clínica de bebês, 4(4): 53-61. Curitiba: 2000.
Téléchargements
Publiée
Comment citer
Numéro
Rubrique
Licence
(c) Tous droits réservés Cristal Rebouças Carvalho Braga, Marta Gonçalves Gimenez Baptista 2022
Ce travail est disponible sous la licence Creative Commons Attribution 4.0 International .