Como a Psicanálise explica a “pós-verdade” a partir da noção de Apofenia de Klaus Conrad
Palavras-chave:
psicanálise, psiquiatria, linguagem, comunicação social, pós-verdadeResumo
Este artigo pretende explicar como a psicanálise pode compreender os mecanismos psíquicos que levam um sujeito a assentir ideias absurdas, disseminadas no contexto da pós-verdade. Para tanto, utilizaremos a noção de apofenia: uma das fases do processo de desencadeamento da esquizofrenia, proposto e descrito, em 1958, pelo psiquiatra alemão Klaus Conrad. Acreditamos que a apofenia pode colaborar, enquanto material de elaboração teórica, com a psicanálise, por apresentar, em sua nosografia, características semelhantes às observadas em sujeitos que aderem facilmente às informações falsas. Defendemos, também, que os meios de comunicação se apoiam nos estudos de fenômenos psicológicos, como a apofenia, para se instrumentalizarem na construção de linguagens persuasivas, com fins políticos, nutrindo isso que denominamos “pós-verdade”.
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