Joaquim Nabuco: um jacobino contra a aristocracia?

Autores

  • Celso Uemori

DOI:

https://doi.org/10.23925/ls.v0i13/14.18669

Palavras-chave:

Lutas sociais, ideologias, marxismo, movimentos sociais, Estado

Resumo

Nos quase dez anos (1879-1888) em que Joaquim Nabuco envolveu-senas lutas pela abolição da escravidão, esse aristocrata, filho de umsenador do Império, o cosmopolita que dizia ter os “olhos alongadossobre o Atlântico”, foi visto pelos seus adversários como “anarquista”,“comunista”, “petroleiro”; os seus amigos e, posteriormente, os seusintérpretes enxergaram o abolicionista como o “idealista” que teve acoragem de “separar-se da aristocracia e fazer a abolição”; ou, ainda, oreformador social, a quem se podia imputar pendores socialistas, e queestava empenhado intransigentemente na defesa da pequenapropriedade e dos homens livres e pobres da cidade e do campo. Nesteartigo, queremos questionar essa visão.

Biografia do Autor

Celso Uemori

Doutorando em Ciências Sociais pela PUC-SP e membro do NEILS.

Referências

ARANHA, Graça (1942). “Correspondência entre Machado de Assis e Joaquim

Nabuco”. In: Obras Completas, vol. IV. Rio de Janeiro: Briguiel e Companhia

Editores.

AZEVEDO, Célia Marinho de (1987). Onda negra, medo branco: o negro no

imaginário das elites – século XIX (prefácio de Peter Eisemberg). Rio de Janeiro:

Paz e Terra.

BEIGUELMAN, Paula (1976). Formação política do Brasil. 2ª ed., São Paulo: Pioneira.

CANDIDO, Antonio (1987). “Literatura e subdesenvolvimento”. In: A educação pela

noite. São Paulo: Ática.

__________ (1990). Radicalismos. In: Revista do Instituto de Estudos Avançados.

São Paulo, 4(8): 4-18, Jan.- Abr.

CAROS AMIGOS (Out. 2000), nº 6.

CARVALHO, José Murilo (1981). “Modernização frustrada: a política de terras no

Brasil. In: Revista Brasileira de História, nº 1, São Paulo: ANPUH/MARCO ZERO.

CHALHOUB, Sidney (1990). Visões da liberdade: uma história das últimas décadas da

escravidão na Corte. São Paulo: Companhia das Letras.

CONGRESSO AGRÍCOLA (1988). (Introdução José Murilo de Carvalho). Rio de

Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa.

CONRAD, Robert (1978). Os últimos anos da escravatura no Brasil. 1850-1888. Rio

de Janeiro, Civilização Brasileira.

COSTA, Emília Viotti da (1998). Da monarquia à república: momentos decisivos. 7ª

ed., São Paulo: Unesp.

EISENBERG, Peter (1972). “A abolição da escravatura: o processo nas fazendas de

açúcar em Pernambuco”. In: Estudos Econômicos. São Paulo, v.2, nº 6.

__________ (1989). Falta de imigrantes: um aspecto do atraso nordestino. In:

Homens esquecidos. Campinas: Unicamp.

FREYRE, Gilberto (1948). Joaquim Nabuco. Rio de Janeiro: José Olympio Editora.

GOUVEA, Fernando da Cruz (1989). Joaquim Nabuco entre a Monarquia e a

República. Recife: Fundaj, Massangana.

MELLO, Evaldo Cabral de (1999). O norte agrário e o Império (1871-1889). 2ª ed.

Rio de Janeiro: Topbooks.

NABUCO, Joaquim (1949). “Discursos parlamentares” (1879-1889). In: Obras

Completas de Joaquim Nabuco, tomo XI. São Paulo: Instituto Progresso Editorial

S.A

__________ (1977). O Abolicionismo. Petrópolis: Vozes/Instituto Nacional do Livro.

__________ (1988). Campanha abolicionista no Recife. 2ª ed. Recife: Fundaj,

Massangana.

__________ (1984). Minha formação. São Paulo: Três Livros e Fascículos.

__________ (1985). Cartas aos abolicionistas ingleses. (Org. e apresentação José

Thomaz Nabuco). Recife: Fundaj, Massangana.

__________ (1999). A escravidão, Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

__________ (1975). Um estadista do Império: José Thomás Nabuco de Araújo, sua

vida, suas opiniões, sua época (1898-1899). Rio de Janeiro: Nova Aguiar SA

NOGUEIRA, Marco Aurélio (1984). As desventuras do liberalismo: Joaquim Nabuco, a

Monarquia e a República. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

PENA, Eduardo Spiller (1998). Pagens da casa imperial: jurisconsultos e escravidão

no Brasil do século XIX. Campinas/Unicamp, tese de doutorado, mimeo.

PERRUCI, Gadiel (1978). “Introdução”. In: Trabalhos do Congresso Agrícola do

Recife. Edição fac-similar comemorativa do Primeiro Centenário (1878-1978).

Recife: Fundação Estadual de Planejamento Agrícola de Pernambuco/Cepae.

REBOUÇAS, André (1988). Agricultura nacional. Estudos econômicos; propaganda

abolicionista e democrática. 2 ed. Facs. Recife/ Massangana.

SALLES, Iraci Galvão (1986). Trabalho, progresso e a sociedade civilizada. São Paulo:

Hucitec / Pró-memória.

SANTOS, Maria dos e MENDONÇA, Sonia Regina (1985/1986). Representações sobre

o trabalho livre na crise do escravismo fluminense, 1870-1903. In: Revista

Brasileira de História. São Paulo: ANPUH/Marco Zero, v. 6, nº 11, pp.85-98.

SCHWARCZ, Lília Moritz (1993). O espetáculo das raças: cientistas, instituições e

questão racial no Brasil (1870–1930). São Paulo: Companhia das Letras.

SILVA, Lígia Osório (1996). Terras devolutas e latifúndio: efeitos da Lei de 1850.

Campinas: Unicamp,

TEORIA e DEBATE (jul./ago/set.2000). “O homem do Nordeste” (Entrevista com

Manuel Correia de Andrade), nº 45.

TORRES, João Camilo de Oliveira (1969). Interpretação da realidade brasileira –

Introdução à história das idéias políticas no Brasil. Rio de Janeiro. José Olympio

Editora.

TRABALHOS DO CONGRESSO AGRÍCOLA DO RECIFE (1978). Edição fac-similar

comemorativa do Primeiro Centenário (1878-1978). Recife: Fundação Estadual de

Planejamento Agrícola de Pernambuco/Cepae.

UEMORI, Celso Noboru (2001). Joaquim Nabuco: lutas, propostas e diálogos (1879-

. Dissertação de Mestrado. PUC-SP.

Publicado

2005-06-19

Como Citar

Uemori, C. (2005). Joaquim Nabuco: um jacobino contra a aristocracia?. Lutas Sociais, (13/14), 66–79. https://doi.org/10.23925/ls.v0i13/14.18669