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Neils conta sua história

Lá se vão 20 anos...

À exceção de um doutor, éramos quase todos jovens estudantes, especialmente mestrandos do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O artigo, “Corrosões da cidadania”, foi certamente o primeiro grande debate promovido por aqueles pesquisadores que ajudariam a criar, em abril de 1995, o NEILS.

Inserido no meio acadêmico, o coletivo se recusava a naturalizar as relações sociais e buscava diferenciar produção científica da simples reiteração ideológica do existente. Mesclando pesquisa e engajamento social, viu nas lutas contemporâneas as potencialidades de constituição de sujeitos da transformação social. Princípio que além de guiar suas pesquisas, virou programa da revista Lutas Sociais, que o NEILS passaria a publicar no ano seguinte.

Em julho de 1996, na 48ª. Reunião da SBPC, realizada na PUC-SP, ocorreu a primeira exposição coletiva em mesa-redonda organizada pelos membros do NEILS. Em novembro, foi publicada a primeira edição da revista Lutas Sociais, cujo lançamento recebeu o mesmo título do artigo que abria a revista: “Intelectuais: uma crítica marxista aos pós-marxistas”, de James Petras. O lançamento contou com a presença do autor, já bastante conhecido por seus livros e famoso à época por causa das teses defendidas no recém-publicado no Brasil Ensaios contra a ordem. O auditório 333 da PUC-SP ficou pequeno para acolher tanta gente que queria conhecer o ousado autor que teimava em remar na contramão do pensamento único.

O NEILS, organizador daquela rebeldia, já dava sinais claros de que viria para ficar. E ficou!De 1995 a 2014, o Núcleo não parou de funcionar. Seus membros participaram de debates, congressos, promoveram atividades acadêmicas de extensão, apresentaram trabalhos, pesquisaram, orientaram pesquisas, publicaram artigos e livros, organizaram atividades junto a movimentos sociais etc.

Quase todos os que estiveram na formação inicial do Núcleo se tornaram doutores e/ou se inseriram em Universidades nos diferentes estados da federação, de Santa Catarina ao Maranhão, passando por Goiás e Minas Gerais, sem se esquecer do eixo Rio-Bahia. Esta inserção deu uma nova cara ao grupo. As atividades antes centralizadas na PUC-SP, agora se espalharam e são desenvolvidas em outros espaços. Da migração a outras universidades, novos grupos de pesquisas foram criados sem perder o vínculo com o núcleo fundador. Várias atividades destes grupos foram organizadas em pareceria com o NEILS e/ou com seus pesquisadores. E lá se vão quase 20 anos...

Ajudem a contar a história do Neils! Enviem seus registros (textos, cartazes, vídeos, áudios etc.) para: neils@pucsp.br.