Daniel Bensaïd, uma política do oprimido: da atualidade da revolução à aposta melancólica

Autores

  • Darren Roso Pesquisador independente
  • Fabio Mascaro Querido Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.23925/ls.v25i47.61461

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar alguns aspectos da obra e da trajetória política de Daniel Bensaïd, em particular à luz da noção de crise revolucionária, da virada histórica dos anos 80 e da influência de Walter Benjamin na reflexão teórica bensaïdiana. Para tanto, são considerados fundamentalmente textos de Daniel Bensaïd, desde sua juventude até a sua maturidade, e os contextos que atravessaram sua trajetória. O modo como retoma a herança revolucionária permitiu a Bensaïd estabelecer as bases para uma atualização do marxismo, desempenhando uma função de ponte entre a tradição do marxismo clássico, do marxismo ocidental e de um marxismo que poderia ser chamado de aberto.

Biografia do Autor

Darren Roso, Pesquisador independente

Pesquisador independente, Melbourne, Victoria, Austrália. Autor de uma série de artigos comentando a obra e a trajetória de Daniel Bensaïd, dentre os quais destacamos “Confronting the Triple Crisis of the Radical Left” (Historical Materialism, 2018) e “Daniel Bensaïd (1946-2010)” (Routledge Handbook of Marx and Post-Marxism, 2021).

Fabio Mascaro Querido, Universidade Estadual de Campinas

Pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP, Brasil. Bolsista FAPESP. Autor de Michael Löwy - marxismo e crítica da modernidade (Boitempo, 2016) e de Daniel Bensaïd: intelectual em combate (Fino Traço, 2022, prelo).

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Publicado

2023-04-04

Como Citar

Roso, D., & Querido, F. M. (2023). Daniel Bensaïd, uma política do oprimido: da atualidade da revolução à aposta melancólica. Lutas Sociais, 25(47), 228–245. https://doi.org/10.23925/ls.v25i47.61461