Mimbó revisitado: pobreza energética em um quilombo do Piauí no relato de Clóvis Moura e em nova pesquisa após quatro décadas (1980-2023)

Autores

  • José Augusto Pires de Abreu Universidade Federal do ABC
  • Rodrigo José Miranda de Brito Secretaria Municipal de Saúde de Amarante
  • Igor Fuser Universidade Federal do ABC

DOI:

https://doi.org/10.23925/ls.v27i51.69844

Palavras-chave:

MPI, MEPI, Quilombo, Pobreza energética

Resumo

O artigo propõe uma análise das vivências no Quilombo Mimbó, em Amarante, Piauí, registradas por Clóvis Moura em 1984, assim como as conquistas e desafios 40 anos depois da comunidade que celebrou 200 anos em 2019, para compreender o fenômeno da Pobreza Energética por meio dos Índice Multidimensional de Pobreza Energética (IMPE) e Índice Multidimensional de Pobreza (IMP). O método aplicado terá a pesquisa etnográfica como subsídio aos indicadores propostos por Alkire; Santos (2010) e Nussbaumer et al. (2012). O Quilombo Mimbó é classificado como "não pobre em energia", embora o comprometimento da renda familiar indique a presença de pobreza energética em uma análise unidimensional. Os limites de privação observados refletem a escolha da comunidade por combustíveis tradicionais para cocção, evidenciando uma inversão da transição energética.

Biografia do Autor

José Augusto Pires de Abreu, Universidade Federal do ABC

Doutorando em Energia pela Universidade Federal do ABC, Santo André-SP, Brasil. Tecnólogo em Construção Civil na Universidade Federal do ABC.

Rodrigo José Miranda de Brito, Secretaria Municipal de Saúde de Amarante

Líder quilombola, pedagogo e agente de saúde no Quilombo Mimbó pela Secretaria Municipal de Saúde de Amarante. Amarante-PI, Brasil.

Igor Fuser, Universidade Federal do ABC

Professor do curso de Relações Internacionais e da Pós-Graduação em Economia Política Mundial da Universidade Federal do ABC, Santo André-SP, Brasil.

Referências

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Publicado

2023-12-31

Como Citar

Abreu, J. A. P. de ., Brito, R. J. M. de ., & Fuser, I. . (2023). Mimbó revisitado: pobreza energética em um quilombo do Piauí no relato de Clóvis Moura e em nova pesquisa após quatro décadas (1980-2023). Lutas Sociais, 27(51), 329–348. https://doi.org/10.23925/ls.v27i51.69844