Autogestão e controle operário: semântica e política na experiência argentina
DOI:
https://doi.org/10.23925/ls.v28i52.69916Palavras-chave:
Empresas recuperadas por Seus Trabalhadores, Autogestão, Controle Operário, Estado burguês, Relações sociais de produçãoResumo
O presente artigo tem a intenção de colocar em tela o problema relativo ao efeito negativo que a separação político-semântica entre os termos “autogestão” e “controle operário”, promovida pela prática concreta das Empresas recuperadas por Seus Trabalhadores (ERTs) argentinas, exerce tanto sobre a forma como estas se relacionam com o Estado burguês quanto sobre como essa relação passa a ser interpretada academicamente. Para tanto, lança-se mão da contribuição do pensador marxista Nicos Poulantzas para articular as noções de Estado, seus aparelhos e a reprodução das relações sociais de produção sob o modo social de produção capitalista. Em conclusão, considera-se que as demandas sociais levantadas pelos trabalhadores de ERTs tendem a não avançarem se não se inserirem numa reflexão sobre a concepção de Estado burguês, dos fundamentos de seu ordenamento jurídico e das alternativas estruturalmente viáveis.
Referências
ACOSTA, Maria Cristina; LEVIN, Andrea; VERBEKE, Griselda Edit. El sector cooperativo en Argentina en la última década. Cooperativismo & Desarrollo, Bogotá, vol. 21, n. 102, p. 27-39, 2013.
ADAMAN, Fikret; DEVINE, Pat. On the economic theory of socialism. New Left Review, Londres, n. 221, p. 54-80, 1997.
ALTUSSER, Louis. Iniciação à filosofia para os não filósofos. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2019.
_____. Sobre a reprodução. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
_____. Lire Le Capital. Paris : PUF, 1996.
ARGENTINA. Ministério Del Trabajo, Empleo Y Seguridad Social. Resolución nº 203, de 26 de março de 2004. Programas de Empleo: Créanse el Programa Trabajo Autogestionado.
BETTELHEIM, Charles. A transição para a economia socialista. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1969.
BOITO JR., Armando. Estado, política e classes sociais. São Paulo: Editora Unesp, 2007.
CODATO, Adriano. Poulantzas, o Estado e a revolução. Crítica Marxista, Campinas, vol. 15, n. 27, p. 65-85, 2008.
DOBB, Maurice. Economic Theory and Socialism: collected papers. New York: Routledge, 1955.
FONTENLA, Eduardo H. Cooperativas que recuperan empresas y fábricas en crisis. Universidad Nacional de Lanus (UNla). Departamento de Planificación y Políticas Públicas (DPPP), 2006.
HELLER, Pablo. Fábricas ocupadas: Argentina 2000-2004. Buenos Aires, Ediciones Rumbos, 2004.
HENRIQUES, Flavio Chedid et al. Empresas Recuperadas por Trabalhadores no Brasil. Rio de Janeiro: Multifoco, 2013.
HUDSON, Juan Pablo. Formulaciones teórico-conceptuales de la autogestión. Revista Mexicana de Sociología, Ciudad de México, vol. 72, n. 4, p. 571-597, 2010.
KULFAS, Matías. El contexto económico: Destrucción del aparato productivo y reestructuración regresiva. In: Empresas Recuperadas. Ciudad de Buenos Aires. Secretaria de Desarrollo de la Ciudad de Buenos Aires, 2003. Disponível em: www.cedem.org.ar y www.buenosaires.gov.ar Acesso em: 22 out. 2023.
LANGE, Oscar; TAYLOR, Fred M. On the economic theory of Socialism. New York: McGraw Hill, 1964.
LEVIN, Adriana; VERBEKE, Griselda. El Cooperativismo Argentino en Cifras. Tendencias en su evolución: 1927-1997. Buenos Aires: Ediciones Facultad de Ciencias Económicas de la Universidad de Buenos Aires, 1997.
LITVINOFF, Laura. Cooperativas en riesgo de cierre por los tarifazos. Revista Cítrica, Buenos Aires, 31 mai. 2018. Disponível em: https://www.revistacitrica.com/un-veto-a-las-cooperativas.html Acesso em 22 out. 2023.
MARTÍ, Juan Pablo; THUL, Florencia; CANCELA, Valentina. Las empresas recuperadas como cooperativas de trabajo en Uruguay: entre la crisis y la oportunidad. CIRIEC-España, Revista de Economía Pública, Social y Cooperativa, n. 82, p. 5-28, 2014.
MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Nova Fronteira, 1988.
MONTES, Verónica Lilian; RESSEL, Alicia Beatriz. Presencia del cooperativismo en Argentina. Instituto de Estudios Cooperativos, Facultad de Ciencias Económicas,
Universidad Nacional de La Plata, 2003.
NASCIMENTO, Claudio. A Autogestão Comunal. Marília: Lutas Anticapital, 2019.
NEMIROVSKY, G. G. Recuperários: um Sísifo na Argentina do século XXI. Curitiba: Appris, 2024.
PACHUKANIS, Evgeni. Teoria geral do direito e marxismo. São Paulo: Boitempo, 2017.
PAGOTTO, Claudete. Trabalho em cooperativas: precarização e luta social. In: Lutas Sociais, São Paulo, vol. 23 n. 42, p. 69-82, 2019.
PINHEIRO, Jair. Cuestiones planteadas al derecho por las empresas recuperadas por sus trabajadores. Org & Demo, Marília, vol. 21, n. 2, p. 81-96, 2020.
_____. Estrutura e Autonomia Relativa: conceitos complementares. Cadernos Cemarx, Campinas, n. 12, p. 71-88, 2019.
_____. Liberdade e igualdade: da abstração à concreção. Revista Novos Rumos, Marília, vol. 53, n. 1, p. 99-127, 2016.
POULANTZAS, Nicos. O Estado capitalista: uma resposta a Miliband e Laclau. Crítica Marxista, Campinas, vol. 15, n. 27, p. 105-127, 2008.
_____. Les classes sociales dans le capitalisme aujurd’hui. Paris: Éditions du Seuil, 1974.
_____. Pouvoir politique et classes sociales. Paris : Maspero, 1968.
PROGRAMA FALCUTAD ABIERTA. Informe: Las Empresas Recuperadas por los trabajadores en gobierno de Maurício Macri Estado de situación a octubre de 2018. Buenos Aires: Centro de Documentación de Empresas Recuperadas, 2018.
REZZÓNICO, Alberto. Empresas Recuperadas. Aspectos doctrinarios, económicos y legales. Centro Cultural de la Cooperación, Cuaderno de Trabajo, Buenos Aires, vol. 30, n. 146, p. 162-198, 2003.
RUGGERI, Andres; ALFONSO, Desiderio; BALAGUER, Emiliano. Bauen: el hotel de los trabajadores. Buenos Aires: Ediciones Callo, 2017.
SAES, Décio. Estado e democracia: ensaios teóricos. Campinas: IFCH, 1998.
VUOTTO, Mirta. Acerca de cooperativismo de trabajo en Argentina. Centro de Estudio de Sociología del Trabajo. Buenos Aires: FCE/UBA, 2012.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Matérias assinadas não expressam necessariamente a posição do coletivo da revista e são de exclusiva responsabilidade do(a)s respectivo(a)s autore(a)s.
Ao enviar seus textos, o(a)s autore(a)s cedem seus direitos à Lutas Sociais, que autoriza, com prévia permissão do Comitê Editorial, a reprodução das publicações, desde que conste o crédito de referência.