Antirracismos e a luta política do povo negro após 2018

Autores

  • Diogo Joaquim dos Santos Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/ls.v28i53.70070

Palavras-chave:

Antirracismo, anticapitalismo, identitarismo, resistência do povo negro

Resumo

Após as execuções da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Nunes, no ano de 2018, houve um conjunto de revoltas coordenadas no sentido da contestação do neoliberalismo. Setores da esquerda que pensam não ter uma identidade para além da identificação abstrata de classe, não conseguiram vislumbrar a importância daquelas manifestações. Especialmente aberta pelos movimentos de mulheres e do feminismo negro, a potência da luta advém de um amadurecimento desses coletivos em suas ações cotidianas. Nesse processo, encontram-se as possibilidades concretas em torno da conjugação mais profunda e indissociável da luta anticapitalista e do antirracismo.

Biografia do Autor

Diogo Joaquim dos Santos, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Doutor em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), São Paulo-SP, Brasil.

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Publicado

2024-12-31

Como Citar

Santos, D. J. dos. (2024). Antirracismos e a luta política do povo negro após 2018. Lutas Sociais, 28(53), 360–376. https://doi.org/10.23925/ls.v28i53.70070