Fazer Crítica a “Pés Descalços”
Aproximações entre Psicologia Escolar e Paulo Freire
DOI:
https://doi.org/10.23925/2175-3520.2025i58p80-89Palavras-chave:
Psicologia Escolar, Psicologia Educacional, Pedagogia do Oprimido, Pensamento Crítico, Paulo FreireResumo
O presente texto, num formato de ensaio teórico, realiza um retorno às proposições conceituais de Paulo Freire acerca do pensamento crítico na educação, recuperando deste elementos teóricos que possam contribuir para o desenvolvimento da tarefa complexa de situar criticamente a prática da psicologia na realidade escolar brasileira. Inicialmente, questiona-se de que modo o pensamento crítico conduzido historicamente no interior do campo da psicologia escolar e educacional pode engajar-se autenticamente com a realidade popular das escolas, movimentando uma prática crítica como instrumento ético e técnico de libertação dos sujeitos da educação de condições de opressão dentro e fora das instituições de ensino. A discussão apresenta como horizonte teórico uma práxis crítica da libertação que tenha como ponto de partida a concepção de que a compreensão de mundo dos sujeitos refere-se, diretamente, à materialidade concreta do seu existir cotidiano e constitui-se, histórica e socialmente, por meio de ações coletivas e práticas discursivas que dão sentido e significado à vida cotidiana nas escolas. Para isso, as(os) psicólogas(os) necessitam conduzir-se pela problematização da realidade escolar, pela investigação das particularidades locais e inserir-se criticamente em diálogo com os indivíduos e grupos escolares, buscando em ambos as forças transformadoras de sua práxis crítica. Por fim, destaca-se a importância do pensamento crítico em psicologia escolar assumir os aspectos de uma pedagogia do(a) oprimido(a), autenticada em diálogo com ele(a), como sujeitos e coletivos, na luta histórica e amorosa de recuperação da sua humanidade.
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