Mulheres Intelectuais e as Práticas Psicológicas no SOSP em Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.23925/2175-3520.2025i58p70-79Palavras-chave:
Mulheres, Intelectuais, História da Psicologia, Psicólogas, Minas GeraisResumo
Interessou-nos neste texto analisar as contribuições de mulheres intelectuais para as práticas psicológicas em Belo Horizonte, a partir da atuação delas no Serviço de Orientação e Seleção Profissional (SOSP) de Minas Gerais durante as décadas de 1950 a 1970. Pautamo-nos em estudos da história das mulheres e de gênero, utilizando a categoria de análise denominada mulheres intelectuais. Metodologicamente, analisamos documentos disponíveis em acervo da Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais (FaE/MG), no periódico Arquivos Brasileiros de Psicotécnica, e entrevistas com ex-trabalhadoras do órgão. Os dados apontam que, no SOSP, o trabalho era desenvolvido majoritariamente por mulheres que colaboraram no desenvolvimento de técnicas e práticas psicológicas, que serviram de base para a formação delas e posterior atuação na docência no ensino superior em Belo Horizonte, capital mineira. Compreendemos que o estudo visibiliza mulheres intelectuais e colabora para a constituição do campo da História da Psicologia em Minas Gerais.
Referências
Baptista, M. T. D. S. (2011). Serviços de Orientação Educacional. Em Jacó-Vilela, A. M. (org.), Dicionário Histórico de Instituições de Psicologia no Brasil (pp. 402- 404). Rio de Janeiro: Imago Editora.
Bassanezi, C. (1997). Mulheres dos anos dourados. Em Del Priore, M. (Org.), História das mulheres no Brasil (pp. 607-639). São Paulo: Editora Contexto.
Beltrão, K. I. & Alves, J. E. D. (2009). A reversão do hiato de gênero na educação brasileira no século XX. Cadernos de Pesquisa, 39(136), 125-156.
Brasil. Ministério da Educação e Saúde (1942). Decreto - Lei n.º 4073, de 09 fevereiro de 1942, Lei orgânica do ensino industrial. Rio de Janeiro: Diário Oficial da União.
Campos, R. H. de F. C. (Org.). (2001). Dicionário Biográfico da Psicologia no Brasil. Rio de Janeiro: Imago Editora.
Carvalho, M. G. de, Campos, R. C. P. R. de, & Silva, N. L. R. da. (2013). Análise da queixa escolar na década de 1950, em Belo Horizonte – MG: o discurso dos pioneiros do SOSP. Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 25, 12-37. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/6532
Castro, A. de C, Castro, A. G., Josephson, S. C., Jaco-Vilela, A. M. (2013). Medir, classificar e diferenciar. Em A. M. Jacó-Vilela, A. A. L. Ferreira & F. T. Portugal (Orgs.), História da Psicologia: rumos e percursos (3ª ed., pp.265-290). Rio de Janeiro: NAU Editora.
Chamon, M. (2006). Trajetória de feminização do magistério e a (con)formação das identidades profissionais [Resumo]. Em Rede de Estudos sobre Trabalho Docente (Org.), Resumos de comunicações científicas, VI Seminário da REDESTRADO – Regulação Educacional e Trabalho Docente. Rio de Janeiro: UERJ.
Falcone, R. (2018). Género y enfoque historico-social: Las mujeres en el tiempo. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 18(spe), 1323-1347. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812018000400016&lng=pt&tlng=es
Jacó-Vilela, A. et al. (2009). Mulher, Educação e Psicologia [Resumo]. Em Associação Brasileira de Psicologia Social (Org.), Resumos de comunicações científicas, Anais do XV ENABRAPSO (p.1). Maceió: Faculdade Integrada Tiradentes.
Lino, T. R., Mayorga, C. (2016). As mulheres como sujeitos da Ciência: uma análise da participação das mulheres na Ciência Moderna. Sau. & Transf. Soc., 7(3), 96-107. Recuperado de https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/saudeetransformacao/article/view/4239/4651
Louro, G. L. (Org.). (2000). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica Editora.
Louro, G. L. (2004). Mulheres na sala de aula. Em Priore, M. del (Org.), História das mulheres no Brasil (pp. 443-481). São Paulo: Editora Contexto.
Martins, H. V. (2014). Uma história da psicologia em revista: retomando Mira y López. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro, 66 (3), 5-19. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672014000300002&lng=pt&nrm=iso
Minas Gerais. Secretaria da Educação (1949). Lei Ordinária n.º 482, de 11 de novembro de 1949. Cria, no Instituto de Educação, o Serviço de Orientação e Seleção Profissional. Minas Gerais: Diário Oficial de Minas Gerais.
Mira y Lopez, E. Schwarzstein, S. J. (1950). Relatório do primeiro ano de atividade do serviço de orientação e seleção profissional do Instituto de Educação de Belo Horizonte. Arq. Bras. Psicol., Rio de Janeiro, 2(3), 47-58.
Motta, J. M. C. (2004). Fragmentos da História e da memória da Psicologia no mundo do trabalho no Brasil: relações entre a industrialização e a Psicologia (Tese de Doutorado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP.
Oliveira, L. S. Jacó-Vilela, A. M. (2017). A mulher nas narrativas do saber médico na transição entre os séculos XIX e XX. Quaderns de Psicologia, 19(3), 241-251. Recuperado de https://quadernsdepsicologia.cat/article/view/v19-n3-oliveira-jaco
Orlando, E. de A. (2020). Mulheres Intelectuais, cultura e educação no Brasil: notas de apresentação de um tema. Caminhos da Educação: diálogos, culturas e diversidades, 2(3), 3-9. Recuperado de https://revistas.ufpi.br/index.php/cedsd/article/view/11575
Orlando, E. de A. (2021). Mulheres Intelectuais: onde elas estão em nossa História? Em Intelectuais e Educação: contribuições teóricas à História da Educação. Porto Alegre: Editora FI.
Perrot, M. (2005). As mulheres ou os silêncios da História. Caxias do Sul: EDUSC.
Rago, M. (2017). Trabalho feminino e sexualidade. Em PRIORE, M. del (Org.). História das mulheres no Brasil. (10a ed., pp. 578-606.). São Paulo: Editora Contexto.
Santos, J. M. dos. Lucena, C. A. (2008). Educação para a indústria: a FIEMG, a formação humana e o nacional desenvolvimentismo (1951-1960) [Resumo]. Em Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação (Org.), GT09, Resumos de comunicações científicas, 31ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação. Caxambu: ANPED.
Scott, J. W. (1990). Gênero: uma categoria útil para a análise histórica. Educação & Realidade, 20(2), 71-99. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/educacaoerealidade/article/view/71721
Soihet, R. (1987). Condição feminina e formas de violência: mulheres pobres e ordem urbana (1890-1920). Rio de Janeiro: Editora Forense universitária.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Psicologia da Educação

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.