Educação de tempo integral

da carência à proteção

Autores

  • Mariana Ruas Rodrigues Centro Universitário, FIPMOC , UNIFIPMOC, Montes Claros, Minas Gerais https://orcid.org/0000-0001-6937-2433
  • Érika Jordana Freitas Santiago Centro Universitário FIPMOC, UNIFIPMOC, Montes Claros, Minas Gerais
  • César Rota Júnior Centro Universitário FIPMOC, UNIFIPMOC , Montes Claros, Minas Gerais https://orcid.org/0000-0002-6346-3972

DOI:

https://doi.org/10.23925/2175-3520.2021i52p86-96

Palavras-chave:

Programa Mais Educação, Representações Sociais, Risco Social, Vulnerabilidade Social

Resumo

A noção de periculosidade da infância pobre vem sendo construída, desde as políticas higienistas do início do século passado, figurando a escola,  muitas vezes, como solução para a desigualdade social. Tratou-se de  pesquisa qualitativodescritiva, a partir de entrevistas individuais com  trabalhadores de um Núcleo de Educação de Tempo Integral, acerca das  crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social, a  partir da teoria das Representações Sociais. Os discursos dos entrevistados descrevem as crianças e adolescentes como vítimas tanto  da rua como de suas próprias famílias, percebidas como perigosas e  negligentes. Emerge a imagem de uma escola que não apenas instrui e  ensina, mas cuida e protege os alunos de uma realidade dura e cruel,  alunos cujas famílias não apresentam condições adequadas de exercer o cuidado necessário. Concluindo, tal proteção é descrita como importante  para a defesa da sociedade, pois as crianças e adolescentes pobres  aparecem não como estando em risco social, mas como sendo o próprio  risco.

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Publicado

2021-10-22

Edição

Seção

Artigos