Concepções de desenvolvimento infantil

um estudo com educadoras de creches públicas

Autores

  • Ronaldo Matos Albano Universidade Federal do Piauí
  • Nádia Maria Ribeiro Salomão Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.23925/2175-3520.2021i53p25-34

Palavras-chave:

Concepções, Infância, Educação infantil, Processos de desenvolvimento

Resumo

O presente estudo objetivou analisar as concepções de educadores de creches públicas acerca do desenvolvimento da criança na faixa etária de 24 a 35 meses de idade, considerando, a partir da perspectiva do desenvolvimento de Vygotsky, que o processo de constituição das concepções apresenta um caráter dinâmico na medida em que são influenciadas pelo contexto social, histórico e cultural do indivíduo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três educadoras de creches públicas da cidade de João Pessoa-PB. Os dados foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados revelaram que as concepções das educadoras sobre o desenvolvimento infantil são demonstradas a partir da caracterização que estas atribuem a esse processo, destacando que a etapa da educação infantil tem expressiva influência no desenvolvimento da criança, sobretudo nas seguintes dimensões: a educação infantil como base para etapas posteriores do desenvolvimento; a perspectiva do desenvolvimento infantil enquanto processo; e a aprendizagem da criança compreendida numa perspectiva para além do brincar e do cuidar. Tais concepções são expressas ainda pelos aspectos que estas consideram significativos no desenvolvimento da criança de 24-35 meses tais como: cognição, linguagem, interação social, motricidade e autonomia.

Referências

Agripino-Ramos, C. S. (2013). Autismo e síndrome de Down: concepções de profissionais de diferentes áreas. Dissertação de Mestrado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

Aquino, L. M. L. (2015). Contribuições da teoria histórico-cultural para uma educação infantil como lugar das crianças e infâncias. Fractal: Revista de Psicologia, 27(1), 39-43. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1353

Borges, L. C., Vasconcelos, D. C., & Salomão, N. M. R. (2016). Educação infantil em contexto não urbano: um estudo com educadoras. Psico-PUCRS, 47(3). 238-247. http://dx.doi.org/10.15448/1980-8623.2016.3.22567

Bossi, T. J.; Schmidt, B.; Bortolini, M.; Silva, M. A.; Bandeira, D. R., & Piccinini, C. A. (2017). Workshops sobre desenvolvimento na primeira infância com profissionais da educação infantil. Psicologia Escolar e Educacional, 21(2), 355-357.

Campos, R. (2013). As indicações dos organismos internacionais para as políticas nacionais de educação infantil: do direito à focalização. Educação e Pesquisa, 39(1), 195-209. http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022013000100013

Carvalho, R. V. C., Seidl-de-Moura, M. L., Martins, G. D. F., & Vieira, M. L. (2014). Culture and Developmental trajectories: A discussion on contemporary theoretical models. Early Child Development and Care, 184(11), 1599-1614. https://doi.org/10.1080/03004430.2013.871273

Costas, F. A. T., & Ferreira, L. S. (2011). Sentido, significado e mediação em Vygotsky: Implicações para a constituição do processo de leitura. Revista Iberoamericana de Educación. 55, 205-223. Recuperado em 28 julho, 2017, de http://docplayer.com.br/14562844-Sentido-significado-e-mediacao-em-vygotsky-implicacoes-para-a-constituicao-do-processo-de-leitura.html

Dias-Corrêa, J. P., Marturano, E. M.; Rodrigues, M. C., & Nahas, A. K. (2016). Efeito de um Programa de Histórias com Abordagem Sociocognitiva em Crianças de Educação Infantil. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(4), 1-9. https://dx.doi.org/10.1590/0102.3772e32429

Fioravanti-Bastos, A. C. M., Filgueiras, A., & Seidl de Moura, M. L. (2016). Avaliação do Ages and Stages Questionnaire-Brasil por profissionais de Educação Infantil. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(2), 293-301. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752016000200011

Guzzo, R. S. L., Mezzalira, A. S. C., & Moreira, A. P. G. (2014). Desafios, ameaças e compromissos para os psicólogos: as políticas públicas no campo educativo. In: I. F. Oliveira, & O. Yamamoto (Org.), Psicologia e políticas sociais: temas em debate (pp.215-238). Belém: UFPA.

Harkness, S., & Super, C. (2013). Cultura e política no desenvolvimento na primeira infância. In: R. E. Tremblay, M. Boivin, & R. D. V. Peters (Orgs.), Enciclopédia sobre o Desenvolvimento na Primeira Infância (on-line). Montreal, Quebec: Centre of Excellence for Early Childhood Development e Strategic Knowledge Cluster on Early Child Development.

Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. (1996, 20 de dezembro). Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, 1996, Seção 1, p. 27833. Recuperado em 05 outubro, 2017, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm

Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. (2013, 4 de abril). Altera dispositivos da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Diário Oficial da União, 2013, Seção 1, p.1. Recuperado em 05 outubro, 2017, de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm

Luo, Y., Snow, K. E., & Chang, C. (2012). Mother-child talk during joint book reading in low-income American and Taiwanese families. First Language, 32(4), 494-511.

Marques, E. de S. A. (2014). O sócio-afetivo mediando a constituição de práticas educativas bem sucedidas na escola. Tese de Doutorado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Piauí, Teresina.

Martins, A. A., Soares, D. L., Brito, L., Lemos, G. C., Alves, A. F., & Almeida, L. S. (2017). A diferenciação cognitiva na infância: um estudo de perfis cognitivos aos 5, 7 e 9 anos. Estudos de Psicologia (Campinas), 34(1), 87-95. https://dx.doi.org/10.1590/1982-02752017000100009

Melo, C. R. F.; Oliveira, K. R. S.; Braz-Aquino, F. S., & Andrade, F. C. B. (2016). O Lúdico nas Concepções e Práticas de Educadoras da Educação Infantil. In: Salomão, N. M. R; Braz-Aquino, F. de S; Correia, M. F. B. (Orgs.). Interface: Psicologia do desenvolvimento e questões educacionais contemporâneas. 1ed. João Pessoa: UFPB, 1, 56-82.

Ostetto, L. E. (2017). Sobre a organização curricular da Educação Infantil: Conversas com professoras a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais. Revista Zero-a-Seis, 19(35), 46-68. http://dx.doi.org/10.5007/1980-4512.2017v19n35p46

Palácios, J. (2004). Psicologia evolutiva: conceito, enfoques, controvérsias e métodos. In: Coll, C.; Marchesi, A.; Palácios, J. (Orgs.) Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. v. 1. 2. ed. Porto Alegre: Artmed.

Palácios, J., Cubero, R., Luque, A., & Mora, J. (2004). Desenvolvimento físico e psicomotor depois dos dois anos. In: C. Coll, Marchesi, A. Palácios, J. (Orgs.) Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva, volume 1 (pp. 127-141). Porto Alegre: Artmed.

Pessôa, L. F., Seidl-De-Moura, M. L., Ramos, D. O., & Mendes, D. M. L. F. (2016). Sistemas de cuidados e o discurso de diferentes cuidadores do Rio de Janeiro: evidências de trajetória de desenvolvimento. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(1), 71-82. https://dx.doi.org/10.1590/1982-02752016000100008

Ramos, D. D., & Salomão, N. M. R. (2013). Desenvolvimento infantil: concepções e práticas de educadoras em creches públicas. Revista Psicologia: Teoria e Prática, 15(3), 200-213. Recuperado em 17 jul. 2017, de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v15n3/15.pdf.

Ramos, D. D., & Salomão, N. M. R. S. (2016). Estilos linguísticos de educadoras e habilidades sociocomunicativas infantis aos 24, 30 e 36 meses em contextos de leitura. Estudos de Psicologia (Campinas), 33(3), 489-501. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752016000300012

Rodrigues, D. G., & Saheb, D. (2015). A concepção dos professores e educadores de educação infantil sobre o saber de Morin: ensinar a condição humana. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, 96(242),180-197. https://dx.doi.org/10.1590/S2176-6681/337312857

Rosemberg, F. & Artes, A. (2012). O rural e o urbano na oferta de educação para crianças de até 6 anos. In Barbosa, M. C. S. et al. (Org.), Oferta e demanda de educação infantil no campo. Porto Alegre: Evangraf. pp. 13-69.

Seidl-de-Moura, M. L., Pessôa, L. F., Mendes, D. M. L. F., Ramos, D.O., Fioravant-Bastos, A. C. M., Carvalho, R. V. C., & Victor, T. A. S. (2017). Concepções sobre autonomia em faixas etárias diversas. Estudos de Psicologia (Campinas), 34(2), 293-303. http://dx.doi.org/10.1590/1982-02752017000200010.

Silva, A. P. S., & Souza, T. N. (2014). Educación de niños y niñas de 0 a 5 años em brasil: retos para la política y práctica de la educación infantil en el medio rural. Tabanque Revista pedagógica, 27, 65-82. Recuperado em 14 jun. de 2017, de https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5084326.pdf

Silva, C. V. M. da.; Francischini, R. (2012). O surgimento da educação infantil na história das políticas públicas para a criança no Brasil. Práxis Educacional. 8(12), 257-276.

Soares, A. B. & Del Prette, Z. A. P. (2015). Habilidades sociais e adaptação à universidade: Convergências e divergências dos construtos. Análise Psicológica, 33(2), 139-151. https://dx.doi.org/10.14417/ap.911

Sousa, L. C. B. de. (2016). Nichos de desenvolvimento infantil: um estudo com mães e educadoras de creches em contexto não urbano. Tese de Doutorado Não-Publicada, Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

Van Der Veer, R.; Valsiner, J. (2014). Vygotsky: Uma síntese. São Paulo: Edições Loyola.

Vázquez, A. S. (2011). Filosofia da práxis. São Paulo: expressão popular.

Vygotsky, L. S. (1991a). A formação social da mente: O desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1991b). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1996). Obras Escogidas: Psicología infantil. Tomo IV. Madrid: Visor. (Original publicado em 1932).

Wajskop, G. (2017). Linguagem oral e brincadeira letrada nas creches. Educação & Realidade, 42(4), 1355-1374. https://dx.doi.org/10.1590/2175-623661980

Werner, J. (2015). A relação linguagem, pensamento e ação na microgênese das funções psíquicas superiores. Fractal: Revista de Psicologia, 27(1), 33-38. http://dx.doi.org/10.1590/1984-0292/1349

Downloads

Publicado

2022-11-25

Edição

Seção

Artigos