Comentários nas mídias sociais e a banalização da violência psicológica contra as mulheres
DOI:
https://doi.org/10.23925/2594-3871.2023v32i1p238-265Palavras-chave:
Violência psicológica, Relacionamento abusivo, Mídias sociaisResumo
A violência psicológica é frequente, porém, de difícil detecção, muitas vezes presente em relacionamentos abusivos e confundida com ciúmes e cuidado. Nas mídias sociais isso pode ser incentivado através de postagens, assim como pode servir de espaço de suporte e compartilhamento de experiências. Objetivou-se analisar comentários publicados em mídias sociais relacionados à violência contra a mulher e sua associação à violência psicológica. Utilizou-se o método da netnografia, através de análise textual dos comentários de um vídeo publicado na rede social Facebook chamado: “Não confunda amor com abuso”. Foram transcritos 571 comentários da publicação, sendo o corpus analisado pelo software Iramuteq. Os comentários analisados mostram que questões culturais contribuem para a banalização da violência contra a mulher, principalmente da violência psicológica, pois geralmente só é considerado como violência quando há agressão física. Percebe-se a importância de um trabalho de psicoeducação, como por exemplo através de vídeos orientativos, visando a conscientização da população e possível redução da violência.
Metrics
Referências
Adames, B., Bonfíglio, S. U., Becker, A. P. S. (2018). Acolhimento psicológico para mulheres vítimas de violência conjugal. Pesquisas de práticas sociais, 13(2), e2392. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ppp/v13n2/12.pdf
Arendt, H. (2009). Sobre a violência. Trad. André de Macedo Duarte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Balbinotti, I. (2018). A violência contra a mulher como expressão do patriarcado e do machismo. Revista ESMESC, 25(31), 239-264. doi: http://dx.doi.org/10.14295/revistadaesmesc.v25i31.p239
Barros, A. A., Carmo, M. F. A., & Silva, R. L. (2012). A influência das redes sociais e seu papel na sociedade. Anais do Congresso Nacional Universidade, EAD e Software Livre, 1(3). Recuperado em 10 de setembro de 2020 de http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/ueadsl/article/view/3031
Biografia. Instituto Maria da Penha (2018).
Campos, M. L. (2017). Feminismo e movimentos de mulheres no contexto brasileiro: A constituição de identidades coletivas e a busca de incidência nas políticas públicas. Revista Sociais & Humanas, 30(2), 35-54. doi: http://doi.org/10.5902/2317175827310
Chauí, M. (1985). Participando do debate sobre mulher e violência. In: Franchetto, B.; Cavalcanti, M. L. V. C. & Heilborn, M. L. (Orgs.). Perspectivas antropológicas da mulher IV. São Paulo: Zahar Editores.
Coimbra, J. C., Ricciardi, U., & Levy L. (2018). Lei Maria da Penha, equipe multidisciplinar e medidas protetivas. Arquivos Brasileiros de Psicologia. 70 (2), 158-172. Recuperado em 11 de setembro de 2020 de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672018000200012
Conselho Federal de Psicologia. (2012). Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (Crepop). Referências técnicas para atuação de psicólogas (os) em Programas de Atenção à Mulher em situação de Violência. Brasília, DF: CFP.
Conselho Nacional de Saúde. (2016). Resolução nº 510/2016, de 7 de abril de 2016. Dispõe sobre as normas aplicáveis a pesquisas em Ciências Humanas e Sociais cujos procedimentos metodológicos envolvam a utilização de dados diretamente obtidos com os participantes ou de informações identificáveis ou que possam acarretar riscos maiores do que os existentes na vida cotidiana, na forma definida nesta Resolução. Recuperado de: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2016/Reso510.pdf
Corrêa, M. V., & Rozados, H. B. F. (2017). A netnografia como método de pesquisa em Ciência da Informação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, 22(49), 1-18. doi: http://doi.org/10.5007/1518-2924.2017v22n49p1
Cunha, M. L. G. (2016). A percepção social da violência psicológica contra a mulher. (Monografia de especialização, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil). Recuperado em 12 de maio de 2021 de http://www2.eca.usp.br/pospesquisa/monografias/Maria%20Luciana%20Garcia%20Cunha.pdf.
Curty, L., Crespo, M., Brito, I. S., Moreira, R. V., & Cabral, H. L. T. B. (2018). O papel das redes sociais no combate ao feminicídio. Anais do Encontro Virtual de Documentação em Software Livre e Congresso Internacional de Linguagem e Tecnologia Online, 7(1), 1-6. Recuperado em 10 de setembro de 2020 de http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/anais_linguagem_tecnologia/article/view/15069
Fórum Brasileiro de Segurança Pública. (2019). Visível e Invisível: A vitimização de mulheres no Brasil.
Guahyba, B. L., Scheeren, P., & Alceto, O. (2019). Feminismo na Terapia Familiar. Pensando Famílias, 23(1), 213-224. Recuperado em 15 de outubro de 2020 de http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v23n1/v23n1a16.pdf
Guimarães, M. C., & Pedroza, R. L. S. (2015). Violência contra a mulher: problematizando definições teóricas, filosóficas e jurídicas. Psicologia e Saúde, Belo Horizonte, 27(2), 256-266. doi: https://doi.org/10.1590/1807-03102015v27n2p256
Krug, E. G. et al. (eds.) (2002). World report on violence and health. Geneva: World Health Organization.
Meneghel, S. N., & Margarites, A. F. (2017). Feminicídios em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil: iniquidades de gênero ao morrer. Cadernos de Saúde Pública, 33(12). doi: http://doi.org/10.1590/0102-311x00168516
Mesquita, R. F., Matos, F. R. N., Machado, D. Q., Sena, A. M. C., & Baptista, M. M. R. T. (2018). Do espaço ao ciberespaço: sobre etnografia e netnografia. Perspectivas em Ciências da Informação. Belo Horizonte, 23(2), 146-165. doi: http://dx.doi.org/10.1590/1981-5344/2998
Paulino-Pereira, F. C., Santos, L. G. A., & Mendes, S. C. C. (2017). Gênero e identidade: possibilidades e contribuições para uma cultura de não violência e equidade. Psicologia & Sociedade, 29(e172013). doi:http://dx.doi.org/10.1590/1807-0310/2017v29172013.
Quebrando o Tabu. [quebrandootabu] Não confunda amor com abuso. Recuperado em 10 de junho de 2020. Facebook. https://www.facebook.com/watch?ref=search&v=1810005585722487&external_log_id=af38ab3a-ba55-40af-9757-a575c2034d7a&q=n%C3%A3o%20confunda%20abuso%20com%20amor.
Queiroz, F. M., Diniz, M. I., Costa, I. M. H., Almeida, J. V. S., Pereira, J. L. F., Leite, M. H. M. (2019). Em briga de marido e mulher se mete a colher: Mapeamento analítico dos serviços de prevenção e combate às violências contra as mulheres no Rio Grande do Norte. 16º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais. Brasilia DF. Disponível em: https://broseguini.bonino.com.br/ojs/index.php/CBAS/article/view/1172/1150
Queiroz, R. A., & Cunha, T. A. R. (2018). A violência psicológica sofrida pelas mulheres: Invisibilidade e memória. Revista NUPEM. Campo Mourão, 10(20), 86-95. doi: http://doi.org/10.33871/nupem.v10i20.310
Nothaft, R. J., Beiras, A. (2018). O que sabemos sobre intervenções com autores de violência doméstica e familiar? Revista Estudos Feministas, 27(3), e56070. Doi: http://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n356070
Salviati, M. (2017). E. Manual do Aplicativo Iramuteq: compilação, organização e notas. In: Iramuteq.org. Planaltina, DF.
Sant’Anna, T. C., & Penso, M. A. (2015). A violência contra a mulher na perspectiva da terapia feminista da família. Nova Perspectiva Sistêmica, 24(53), 95-110. Recuperado em 16 de outubro de 2020 de https://revistanps.com.br/nps/article/view/149
Silva, A. L. S., Medeiros, D. P. A., Nascimento, V. M. S., & Duarte, C. R. F. (2018). A percepção das mulheres vítimas de violência psicológica: uma revisão integrativa. Anais III Conbracis. v. 1. Recuperado em 10 de outubro de 2020 de http://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/40641
Silva, S. A. (2015). Desvelando a Netnografia: um guia teórico e prático. Intercom – RBCC. São Paulo, 38(2), 339-342. doi: https://doi.org/10.1590/1809-58442015217
Souza, M. B., Silva, M. S., & Abreu, G. S. (2017). Violência Doméstica Entre Parceiros Íntimos: Questões Culturais e Sociais acerca de Homens Autores de Violência. Revista Multidisciplinar e de Psicologia, 11(38), 388-407. doi: http://doi.org/10.14295/idonline.v11i38.897
Stein, M., Nodari, C. H., & Salvagni, J. (2018). Disseminação do ódio nas mídias sociais: análise da atuação do social media. Interações, Campo Grande, 19(1), 43-59. doi: http://doi.org/10.20435/inter.v19i1.1535
Tipos de violências. Instituto Maria da Penha (2018).
Venturi, G.; Godinho, T. (2013). Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; Edições Sesc SP. Revista Espaço Acadêmico, 13(150), 108-109. Recuperado em 09 de setembro de 2020 de http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/22393
Vieira, P. R., Garcia, L. P., & Maciel, E. L. N. (2020). Isolamento social e o aumento da violência doméstica: o que isso nos revela? Revista Brasileira de Epidemiologia, 23(E200033), 1-5. doi: http://doi.org/10.1590/1980-549720200033
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Camila Florim, Leticia Harumi Kobashigawa, Manoela Koury de Lima, Tamires Barbosa de Moura, Andressa Melina Becker da Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.