Coping na hospitalização

estratégia de enfrentamento familiar de pacientes na unidade semi-intensiva

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i2p455-474

Palavras-chave:

hospitalização, família, cuidador, enfrentamento

Resumo

As circunstâncias envolvidas na hospitalização causam nos cuidadores dificuldades no enfrentamento (coping), exigindo estratégias de adaptação à situação adversa e superação da crise instaurada pelo adoecimento. Este artigo parte de estudo anterior, feito durante a Residência Integrada em Saúde (RIS), sobre o impacto do processo de hospitalização para os acompanhantes do paciente internado na Unidade de Terapia Semi-Intensiva (UTSI), aprofundado nesta pesquisa para abordar as estratégias de enfrentamento. Assim, foi realizado estudo retrospectivo, qualitativo, com 9 familiares cuidadores de pacientes internados na UTSI em hospital de referência em cardiopneumologia. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas e o material submetido à análise de conteúdo. Os resultados encontrados apontam que a prática religiosa é uma estratégia utilizada com frequência pelos familiares, bem como a distração, através de redes sociais, leituras e interação com outras pessoas. Tais ações funcionam como modo de superação a fim de evitar desgastes emocionais encontrados dentro desta unidade internação.

Metrics

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Letícia Neves, Universidade de Fortaleza

Psicológa formada pela Universidade de Fortaleza, com Especialização na modalidade Residência em Psicologia Hospitalar (RIS-CE). Atualmente, trabalha como psicóloga pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (FEAES), no Centro de Atenção Psicolo Social (CAPS).

Andressa Alencar Gondim, Universidade Federal do Ceará

Psicológa formada pela Universidade Federal do Ceará, com Mestrado e doutorado cursando em Psicologia pela mesma instituição. Atualmente, trabalha como psicóloga no Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes.

Joana Angélica Marques Pinheiro, Universidade Estadual do Ceará

Fonaudióloga formada pela Universidade de Fortaleza, mestrado em saúde da criança e adolescente - Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Doutoranda em cuidados clínicos e saúde (UECE). Atualmente, trabalha como Fonoaudiologa do Hospital Dr Carlos Alberto Studart Gomes

Referências

Abreu, V. C., Bastos, F. E. S., Cordeiro, M. J. da S., Rocha, R. R., de Farias, F. A., Farias, M. S., ... Araújo, A. C. M. (2019). A promoção da saúde no cuidado humanizado aos familiares de pessoas hospitalizadas em UTI adulta. Brazilian Journal of Health Review, 2(3), 2246-2251. Recuperado de https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/1645

Angerami-Camon, V. A. (2017). O psicólogo no hospital. In Angerami-Camon, V. A. (Org.), Trucharte, F. A. R., Knijnik, R. B., & Sebastiani, R. W. Psicologia Hospitalar: teoria e prática (pp. 1-14). São Paulo, SP: Cengage.

Ayasta, M. T. V., Manchay, R. J. D., Vallejos, M. F. C., Cruz, L. D. R., Muñoz, S. T., & Quiroz, S. E. G. (2020). Amabilidad, confort y espiritualidad en los cuidados paliativos oncológicos: Aporte para la humanización en salud. Revista científica de la Asociación de Historia y Antropología de los Cuidados, 24(58), 45-55. doi: 10.14198/cuid.2020.58.05

Ballarin M., Benedita A. C., Krön C. A., Cristovam D. (2016). Perfil sociodemográfico e sobrecarga de cuidadores informais de pacientes assistidos em ambulatório de terapia ocupacional. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional/Brazilian Journal of Occupational Therapy, 24(2), 315-321. doi: 10.4322/0104-4931.ctoAO0607

Benites, A. C., Neme, C. M. B., & dos Santos, M. A. (2017). Significados da espiritualidade para pacientes com câncer em cuidados paliativos. Estudos de Psicologia (Campinas), 34(2), 269-279. doi: 10.1590/1982-02752017000200008.

Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. (2012). Resolução n° 466 de 12 de dezembro de 2012. Recuperado de http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.

Cano, D. S., & Moré, C. L. O. O. (2016). Estratégias de Enfrentamento Psicológico de Médicos Oncologistas Clínicos. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 32(3), 1-10. doi: 10.1590/0102-3772e323211.

Chagas, M. C. da S., Gomes, G. C., Pereira, F.W., Diel, P. K. V., & Farias, D. H. R. (2017). Significado atribuído pela família ao cuidado da criança hospitalizada. Avances en Enfermería, 35(1), 7-18. doi: 10.15446/av.enferm.v35n1.42466.

Dobratz, M. C. (2013). “All my saints are within me”: expressions of end-of-life spirituality. Palliative & Supportive Care, 11(3), 191-198. doi: 10.1017/S1478951512000235.

Emerich, H. da S. (2019). Estratégias de enfrentamento da doença crítica crônica em centro de tratamento intensivo: subjetividade de familiares (Trabalho de conclusão de residência, Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre). Recuperado de https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/205911/001111906.pdf?sequence=1

Esperandio, M. R., Michel, R. B., Trebien, H. A. C., & Menegatti, C. L. (2017). Coping religioso/espiritual na antessala da UTI: reflexões sobre a integração da espiritualidade nos cuidados em saúde. Interações, 12(22), 303-322. doi: 10.5752/P.1983-2478.2017v12n22p303

Ferraboli, S. F., & de Quadros, A. (2020). Estratégias de coping diante da terminalidade: perspectivas de técnicos de enfermagem em UTI. Saúde em redes, 6(2), 153-163. doi: 10.18310/2446-48132020v6n2.2533g519

Folkman, S. & Lazarus, R. S. (1984). Stress, Appraisal, and Coping. New York, NY: Springer Publishing Company.

Franco, M. H. P. (2008). A família em psico-oncologia. In Carvalho, V. A., Kovács , M. J., Liberato, R. P., Macieira, R. C., Veit, M. T., Gomes, M. J. B., & Barros, L. H. C., (Orgs.). Temas em psico-oncologia (pp. 358-361). São Paulo: Summus.

Guerrero, G. P., Zago, M. M. F., Sawada, N. O., & Pinto, M. H. (2011). Relação entre espiritualidade e câncer: perspectiva do paciente. Revista Brasileira de Enfermagem, 64(1), 53-59. doi: 10.1590/S0034-71672011000100008.

Kubler-Ross, E. (2017). Sobre a morte e o morrer. Rio de Janeiro, RJ: Martins Fontes.

Lonquiniere, A. C. F., Yarid, S. D., & Silva, E. C. S. (2018). Influência da religiosidade/espiritualidade do profissional de saúde no cuidado ao paciente crítico. Revista Cuidarte, 9(1), 1961-1972. doi: 10.15649/cuidarte.v9i1.413.

Martins, G. L., Siqueira, F. D., Beneti, E. R. R., Gomes, J. S., Bittencourt, V. L. L., & Stumm, E. M. F. (2016). Stress and coping among patients’ relatives in the transoperative of cardiac surgery. Revista de Pesquisa: Cuidado é Fundamental Online, 8(3), 4704-4710. doi: 10.9789/2175-5361.2016.v8i3.4704-4710

Miskolci, R. (2011). Novas conexões: notas teórico-metodológicas para pesquisas sobre o uso de mídias digitais. Revista Cronos, 12(2), 09-22. Recuperado de https://periodicos.ufrn.br/cronos/article/view/3160

Morero, J. A. P.; Bragagnollo, G. R., & Santos, M. T. S. (2018). Estratégia de enfrentamento: uma revisão sistemática sobre instrumentos de avaliação no contexto brasileiro. Revista Cuidarte, 9(2), 2257-2268. doi: 10.15649/cuidarte.v9i2.503

Neves, L., Gondim, A. A., Soares, S. C. M. R., Coelho, D. P., & Pinheiro, J. A. M. (2018). O impacto do processo de hospitalização para o acompanhante familiar do paciente crítico crônico internado em Unidade de Terapia Semi-Intensiva. Escola Anna Nery, 22(2), 1-8. doi: 10.1590/2177-9465-EAN-2017-0304

Oliveira, R. M., Santos, R. M. M., & Yarid, S. D. (2018). Espiritualidade/religiosidade e o humanizaSUS em unidades de saúde da família. Revista Brasileira em Promoção da Saúde, 31(1), 1-8. doi: 10.5020/18061230.2018.6524

Passos, S. da S. S., Henckemaier, L., Costa, J. C., Pereira, A., & Nitschke, R. G. (2016). Cuidado quotidiano das famílias no hospital: como fica a segurança do paciente? Texto & Contexto - Enfermagem, 25(4), 1-10. doi: 10.1590/0104-07072016002980015

Prado, D. (1983). O que é família. São Paulo, SP: Brasiliense.

Ryan, R. M., & Deci, E. L. (2017). Self-determination theory: Basic psychological needs in motivation, development and wellness. New York, NY: Guilford Press.

Sanches, I. C. P., Couto, I. R. R., Abrahão, A. L., & Andrade, M. (2013). Acompanhamento hospitalar: direito ou concessão ao usuário hospitalizado? Ciência & Saúde Coletiva, 18(1), 67-76. doi: 10.1590/S1413-81232013000100008.

Simonetti, A. (2018). Manual de psicologia hospitalar: o mapa da doença (8a. ed.). São Paulo, SP: Artesã.

Uema, R. T. B., Ruiz, A. G. B., Rodrigues, B. C., Lopes, A. P. A. T., Hiharashi, I. H., & Decesaro, M. das N. (2017). Cuidado centrado na família na perspectiva de enfermeiros de uma unidade de internação adulto. Ciência Cuidado Saúde, 16(4), 1-7. doi: 10.4025/cienccuidsaude.v16i4.37466.

Downloads

Publicado

2022-12-22

Como Citar

Neves, L., Gondim, A. A., & Pinheiro, J. A. M. (2022). Coping na hospitalização: estratégia de enfrentamento familiar de pacientes na unidade semi-intensiva. Psicologia Revista, 31(2), 455–474. https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i2p455-474

Edição

Seção

Relatos de Pesquisa Empírica