Principais divergências nas métricas ESG e seus impactos nos ratings dos bancos brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2446-9513.2023v10id58663

Palavras-chave:

ESG, Ratings, Ambiental, Social, Governança, Indicadores

Resumo

O objetivo deste artigo foi demonstrar as principais divergências entre as métricas ESG (Environmental, Social and Governance) utilizadas pelas agências de rating e os impactos dessas divergências nos indicadores ESG dos bancos brasileiros. A partir da comparação das divergências de metodologia, escopo e pesos utilizados por duas das maiores empresas internacionais de rating (Refinitiv e S&P) foi possível observar diferenças no resultado dos indicadores. Essas divergências podem dificultar a avaliação das instituições quanto aos aspectos ESG relacionados aos interesses de todas as partes interessadas em uma organização, conforme previsto na Teoria dos Stakeholders. Foram analisados os indicadores ESG dos quatro maiores bancos brasileiros e verificadas divergências nos pesos adotados pelas agências de rating para os indicadores relacionados aos fatores Social (32% e 49,6%) e de Governança (55% e 36%), além de divergências de critérios em todos os componentes. Por fim, foi possível demonstrar que essas divergências influenciaram nos scores atribuídos pelas agências de rating aos bancos, o que pode dificultar uma análise precisa pelos usuários da informação, sejam grandes investidores ou mesmo a sociedade que espera receber retornos em troca do estado de legitimidade conferido à organização.

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Publicado

2023-02-10

Como Citar

Martiningo Filho, A. ., Lima, A. K. de ., Pereira, V. A. dos S. ., & Botelho, D. R. . (2023). Principais divergências nas métricas ESG e seus impactos nos ratings dos bancos brasileiros. Redeca, Revista Eletrônica Do Departamento De Ciências Contábeis &Amp; Departamento De Atuária E Métodos Quantitativos, 10, e58663. https://doi.org/10.23925/2446-9513.2023v10id58663

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Artigos