E Deus disse: “Haja uma só Fé”. E houve o Monoteísmo

O Poema da Criação (Gn 1,1–2,4a) enquanto Credo Javista

Autores

  • Diego Augusto Gonçalves Ferreira Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.23925/2177-952X.2024v18i33p67-82

Palavras-chave:

Teologia Bíblica, Poema da Criação, Moíses e Gênesis 1, Monoteísmo

Resumo

Frente à equivocada interpretação científico-literal dos primeiros capítulos do livro de Gênesis, especialmente no que respeita às narrativas sobre a origem do mundo físico e do ser humano, controvertidamente identificada com uma teoria criacionista e contraposta ao evolucionismo, o presente artigo, intitulado E Deus disse: “Haja uma só Fé”. E houve o monoteísmo, objetiva compreender de que modo o poema inaugural da Bíblia constitui-se um credo javista para a restauração da fé monoteísta de Israel depois do exílio babilônico (587-538 a.C.). Afirmando a redação final da Torah na época pós-exílica, a pesquisa apresenta, no tópico E havia trevas, o contexto histórico-cultural politeísta babilônico que provoca a composição do relato israelita de Gn 1,1 - 2,4a; explora o conteúdo do poema da criação em paralelo à narrativa babilônica Enuma elish, no tópico E houve luz; e constata, no tópico E Deus viu que era bom, a natureza teológico-monolátrica da perícope bíblica investigada.

Biografia do Autor

Diego Augusto Gonçalves Ferreira, Universidade Estadual de Campinas

Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Contato: diego_augustogf@hotmail.com

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Publicado

2024-07-02