E Deus disse: “Haja uma só Fé”. E houve o Monoteísmo
O Poema da Criação (Gn 1,1–2,4a) enquanto Credo Javista
DOI :
https://doi.org/10.23925/2177-952X.2024v18i33p67-82Mots-clés :
Teologia Bíblica, Poema da Criação, Moíses e Gênesis 1, MonoteísmoRésumé
Frente à equivocada interpretação científico-literal dos primeiros capítulos do livro de Gênesis, especialmente no que respeita às narrativas sobre a origem do mundo físico e do ser humano, controvertidamente identificada com uma teoria criacionista e contraposta ao evolucionismo, o presente artigo, intitulado E Deus disse: “Haja uma só Fé”. E houve o monoteísmo, objetiva compreender de que modo o poema inaugural da Bíblia constitui-se um credo javista para a restauração da fé monoteísta de Israel depois do exílio babilônico (587-538 a.C.). Afirmando a redação final da Torah na época pós-exílica, a pesquisa apresenta, no tópico E havia trevas, o contexto histórico-cultural politeísta babilônico que provoca a composição do relato israelita de Gn 1,1 - 2,4a; explora o conteúdo do poema da criação em paralelo à narrativa babilônica Enuma elish, no tópico E houve luz; e constata, no tópico E Deus viu que era bom, a natureza teológico-monolátrica da perícope bíblica investigada.
Références
ALTER, R. A arte da narrativa bíblica. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2001.
BRIGHT, J. História de Israel. São Paulo: Paulus, 2003.
BROWN, R. E. Novo comentário bíblico de São Jerônimo: Antigo Testamento. São Paulo: Ed. Academia Cristã Ltda; Paulus, 2007.
CAPPELLETTO, G. Genesi: capitoli 1–11. Padova: Edizioni Messaggero, 2000.
CARDOSO, C. F. S. Deuses, múmias e ziggurats: uma comparação das religiões antigas do Egito e da Mesopotâmia. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1999.
CARREIRA, J. N. Estudos de cultura pré-clássica. Lisboa: Presença, 1985.
CARROLL, W. La creación y las ciencias naturales. Santiago: Edições Universidade Católica do Chile, 2003.
FREIRE-MAIA, N. Teoria da evolução de Darwin à teoria sintética. São Paulo: Editora Itatiaia/Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
GARELLI, P.; NIKIPROWETZKY, V. O Oriente Próximo Asiático: impérios mesopotâmicos, Israel. São Paulo: Liv. Pioneira (Ed. da USP), 1982.
GASS, I. B. Uma introdução à Bíblia: exílio babilônico e dominação Persa. v. 5. São Paulo: Paulus; CEBI, 2007.
GAZZI, A. V. Introdução ao estudo do pentateuco. Santo André: Edição do Autor, 2013.
GRAY, J. Near eastern mythology. London: Hamlyn Publi. Group, 1975.
HOOKE, S. H. The middle eastern mythology. Harmondsworth: Penguin Books, 1985.
JAMES, E. O. El Templo: de la caverna a la catedral. Madrid: Ed. Guadarrama, 1966.
LA PENA, J. L. R. Teologia da criação. São Paulo: Loyola, 1989.
LEICK, G. Mesopotâmia: a invenção da cidade. Rios de Janeiro: Imago, 2003.
LIMA, C. P. Evolução biológica: controvérsias. São Paulo: Cultrix, 1988.
LÓPEZ, F. G. O pentateuco: introdução à leitura dos cinco primeiros livros da bíblia. São Paulo: Ave Maria, 2002.
MESTERS, C.; OROFINO, F. A Terra é nossa Mãe: Gênesis 1-12. São Leopoldo: CEB, 2007.
PURY, A. (Org.). O pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. Petrópolis: Vozes, 1996.
REIMER, H. Monoteísmo e Identidade. Revista Eletrônica do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Protestantismo (NEPP) da Escola Superior de Teologia. V. 16. Goiânia: 2008.
RENDTORFF, R. A História Bíblica das Origens (Gn 1–11) no contexto da Redação “Sacerdotal” do Pentateuco. In. PURY, A. (Org.). O pentateuco em questão: as origens e a composição dos cinco primeiros livros da Bíblia à luz das pesquisas recentes. Petrópolis: Vozes, 2002.
RUSE, M. The canonical hebrew Bible: a theology of the Old Testament. Leiden: Deo, 2005.
SKA, J. L. Introduzione alla Lettura del Pentateuco. Bologna: EDB, 2000.
WIÉNER, C. O Dêutero-Isaías: o profeta do novo êxodo. São Paulo: Paulinas, 1984.