DE PUEBLA ÀS DIRETRIZES DA AÇÃO EVANGELIZADORA DA CNBB 2019-2023
DOI:
https://doi.org/10.23925/2177-952X.2019v13i24p22-37Palabras clave:
Igreja, Puebla, ação evangelizadora, mundo urbano, discípulos missionários, CasaResumen
A proposta deste artigo é relacionar, em linhas gerais, as prioridades da III Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho em Puebla, no ano de 1979, com as Diretrizes da Ação Evangelizadora no Brasil 2019-2023 (DGAE 2019-2023), perpassando pelas demais Conferências Episcopais Latino-Americanas e pelos objetivos Gerais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) nas Diretrizes. As DGAE 2019-2023 são apresentadas pela CNBB para todo o Povo de Deus no ano em que celebramos os 40 anos da III Conferência Episcopal Latino Americana, em Puebla. Há aproximações nas prioridades eclesiais, porém muitas mudanças no jeito de ser Igreja e também no campo social e político. O momento histórico da Igreja, de 1968 a 1979, que levou ao desenvolvimento e conclusões da III Conferência do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, realizado na cidade de Puebla de Los Angeles, no México de 27/01 a 12/02/1979, pode ser resumido nos seguintes aspectos: a) o Sínodo sobre Evangelização (1974), com a posterior publicação da Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, do papa Paulo VI (1975); b) Teologia da Libertação; e c) a realidade política, social, econômica e ditatorial do continente, com o aumento da pobreza e do medo em face das arbitrariedades dos regimes militares. O mundo urbano é uma realidade que atinge a ação evangelizadora da Igreja no Brasil. São diversas as novidades de comunicação por meio virtuais. Essa realidade predominante desafia a Igreja e todas as pessoas batizadas, inseridas em uma comunidade eclesial, a compreenderem se as pessoas em geral estão dispostas a ouvir a Boa Notícia de Jesus sobre o Reino de Deus, sobre vida em abundância, sobre o Amor de Deus, sobre a caridade e o cuidado com a vida e com a Casa Comum – todo o planeta. O Papa Francisco, inspirado pelo Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis, recorda que “nossa casa comum pode-se comparar ora a uma irmã, com quem partilhamos a existência, ora a uma boa mãe, que nos acolhe nos seus braços” (LS, n.1). Viver em comunidade exige sair do anonimato e do individualismo e assumir cada um seu papel enquanto colaboradores do cuidado com os pilares da Casa. As DGAE 2019-2023, ao retomar o Magistério da Igreja desde Pio XII, que conclamou os cristãos batizados, especialmente os cristãos leigos, para serem Igreja, propõe um caminho pedagógico de ser Casa, de cuidar da Casa e de abrir as portas da Casa, assim como de Ser Igreja para anunciar Jesus Cristo ao mundo, cada vez mais urbano.