“Express yourself!”

A Singularity University e o romantismo radical da educação empreendedora

Autores

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2767.2022v75p284-310

Palavras-chave:

Ensino Superior, Neoliberalismo, Tecnologia, Universidade

Resumo

O artigo discute a emergência de um projeto educacional chamado “Singularity University”. Inicialmente criado no Vale do Silício, ele compreende um conjunto de pressupostos teóricos e procedimentais que, baseados na chamada “tecnologia exponencial” procuram criar um novo modelo de ensino superior, alinhado aos princípios do universo tecnológico. Abordo os principais componentes do ethos intelectual que compõe o projeto, as profecias de futuro que embasam a literatura sobre o tema e, finalmente, a vinda da Singularity para São Paulo, com atenção para os efeitos que essa vinda tem na vida intelectual da cidade e, sobretudo, para os impactos desse novo modelo educional no debate público sobre o papel da universidade e dos intelectuais.

Biografia do Autor

Alexandra Dias Ferraz Tedesco, Universidade Estadual de Campinas

 Doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (Cultura Visual, História Intelectual e Patrimônios). Dedica-se prioritariamente a temas vinculados à História Contemporânea, Teoria da História, História Intelectual e História das Ciências Sociais Latinoamericanas. Atualmente é professora adjunta do Departamento de História da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), na área de História Contemporânea.

Referências

ALATAS, s. f. Academic Dependency and the global division labour in the social sciences. Current Sociology. Vol. 51. N. 6, 2003, p. 599-613.

ALGER, C. F. LYONS, G. Social Science as a transnational system. Social Science Journal, 1974, v. 26, 137–149.

BARCAN, R. Academic Life and Labour in the New University. Hope and Other Choices. Routledge, 2016.

BARROW, R. Radical Education. A Critique of Freeschooling and Deschooling. Ed. Routledge. London & New York, 2012.

BOLTANSKI, L. CHIAPELLO, E. The new spirit of capitalism. Ed. Verso. London, 2005.

BOURDIEU, P. A distinção. Uma crítica social da faculdade do juízo. Trad. Pedro Durte. Lisboa. Ed. 70, 2010.

BOURDIEU, P. As condições sociais da circulação internacional das ideias. Trad. Fernanda Abreu. Revista Enfoques. Rio de Janeiro. V. 1. N 1. 2002. P. IV-117.

BOURDIEU, P. Homo Academicus. Buenos Aires. Ed. Siglo XXI, 2008.

BURROWS, R. Living with the h-index? Metric assemblages in the contemporary academy. The Sociological Review, 2012, vol. 60, p. 355-372.

CASTELLS, M. HALL, P. Technopoles of the World: The making of twenty-first-century industrial complexes. New York. Ed. Routledge, 1994.

COLLINI, S. Speaking of Universities. Ed. Verso. London, 2017.

DARDOT, P. LAVAL, C. A nova razão do mundo. São Paulo. Ed. Boitempo, 2016.

DAVIDSON, E. The Burdens of Aspiration: Schools, Youth, and Success in the Divided Social Worlds of Silicon Valley. New York University Press, 2011.

DAVIES, B. BANSEL, P. The time of their lives? Academic workers in neoliberal time(s). Health Sociology Review. Vol 14, 2005, Issue 1.

DIAMANDIS, P. KOTLER, S. Abundância: o futuro é melhor do que você imagina. São Paulo, HSM Ed., 2012.

DONOGHUE, F. The Last Professors. The Twilight of the Humanities in the Corporate University. fordham university press. New York, 2008.

EHRENHEIT, B. BRIGHT-SIDED How the Relentless Promotion of Positive Thinking

Has Undermined America. New York. Metropolitan Books, 2009.

ÉPOCA. Negócios. Singularity University prevê como o mundo será em 2038: "irreconhecível”. Disponível em https://epocanegocios.globo.com/

ERTEL, C. SOLOMON, L. Moments of impact: how to design strategic conversations that accelerate change. New York, s Simon & Schuster, 2014.

FUKUYAMA, F. The end of History and the last man. New York. Free Press, 1992.

GIROUX, H. Neoliberalism, Corporate Culture, and the Promise ofHigher Education: The University as a Democratic Public Sphere. Harvard Educational Review (2002) 72 (4): 425–464.

HAUCK, J. C. R. What are 'Think Tanks'? Revisiting the Dilemma of the Definition. Bras. Political Sci. Rev. vol.11 no.2 São Paulo 2017 Epub July 27, 2017.

HAYEK, F. O caminho da servidão. São Paulo. Instituto Ludwig von Mises Brasil, 2010.

HEILBRON, J.; Guilhot, N. & Jean-Pierre, L., Vers une histoire transnationale des sciences sociales. Sociétés Contemporaines, 1(73), 2009.

HOSFTADTER, R. Anti-Intellectualism in American Life. Random House Publishing Group. New York, 2012

ILLICH, I. Sociedade sem Escolas. Ed. Vozes. Petrópolis, 1985.

ITO, L. SECCHI, L. Think tanks e universidades no Brasil: Análise das relações na política de conhecimento em política pública. Revista do IPEA. Planejamento e políticas públicas | ppp | n. 46 | jan./jun. 2016.

KAPLAN, J. Startup, uma aventura no Vale do Silício, 1998.

KURZWEIL, R. A singularidade está próxima. Quando os humanos transcendem a biologia. Itaú Cultural / Illuminurias. São Paulo, 2018.

KURZWEIL, R. How to create a mind. New York/Victoria. Viking. Penguin Group, 2012.

LEWIS, M. The New New Thing : A Silicon Valley Story. New York, Norton & Company, 2000.

LORENZ, C. Fixing the Facts. The Rise of New Public Management, the Metrification

of “Quality” and the Fall of the Academic Professions. Moving the Social · 52 (2014), 5-26.

MARTES, A. C. B. Weber e Schumpeter. A ação econômica do empreendedor. Revista de Economia Política, vol. 30, nº 2 (118), pp. 254-270, abril-junho/2010

MICELI, S. (org). História das ciências sociais no Brasil, v. 2. São Paulo: Sumaré, 1995.

MICELI, S. (org.). História das ciências sociais no Brasil, v. 1. São Paulo: Sumaré, 2001.

MICHETTI, M. Atualizações da “boa vontade cultural”. Revista Estudos de Sociologia. Araraquara v.24 n.46 p.65-88 jan.-jun. 2019.

MILLS, W. A Elite do poder. Rio de Janeiro. Ed. Zahar, 1981.

MISES, V. The anticapitalistic mentality. Libertarian Press, 1972.

MIROWSKI, P. PLEHWE, D. The road from Mont Pèlerin: The making of the neoliberal thought collective. Harvard University Press, 2009.

ONOFRE, G. O papel dos intelectuais e Thinktanks na propagação do liberalismo econômico na segunda metade do século XX. Programa de Pós Graduação em História da UFF. Niterói, 2018.

POWER, M. The Audit Society. Rituals of verification. Oxford University Press, 1997.

READINGS, B. The university in ruins. Harvard University Press, 1996.

ROTHBARD, M. Education: free and compulsory. Ludwig von Mises Institute. Auburn, Alabama, 1999.

RUDIGER, F. Literatura de auto ajuda e individualismo. Porto Alegre. UFRGS, 1996.

SAPIRO, G. Le champ est-il national ? La théorie de la différenciation sociale au prisme de l'histoire globale », Actes de la recherche, 2013/5 (N° 200), p. 70-85.

SCHUTZ, W. The human element: productivity, self-esteem, and the bottom line. São Francisco. Library of The Congress, 1994.

SHARON, B. Neoliberal thinktanks and free Market environmentalism. Journal of Environmental Politics. Vol. 10. Issue 2, p. 128, 2001.

SMITH, J. The idea brokers. Think Tanks and the raise of the New Policy Elite. Free Press, New York, 1991.

SPARKERS, A. Embodiment, academics, and the audit culture: a story seeking consideration. Qualitative Research 7(4). 2017. Toronto, p. 521-550.

STAHL, J. Right Moves The Conservative Think Tank in American Political Culture since 1945. The University of North Carolina Press Chapel Hill, 2016.

STONE, B. The upstairs. Como a UBER, o Airbnb e as killer companies do novo Vale do Silício estão mudando o mundo. Rio de Janeiro. Ed. Intrínseca, 2017.

THIEL, P. De Zero a Um. O que aprender sobre empreendedorismo com o Vale do Silício. Ed. Objetiva. Rio de Janeiro, 2014.

Downloads

Publicado

2022-12-15

Como Citar

Tedesco, A. D. F. (2022). “Express yourself!”: A Singularity University e o romantismo radical da educação empreendedora. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 75, 284–310. https://doi.org/10.23925/2176-2767.2022v75p284-310