A territory named Brazil

Old violences, new clothing and activating memories of other existences

Authors

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2767.2024v79p91-119

Keywords:

Colonialism, Dictatorship, Memory, History, Democracy

Abstract

We articulate colonial and dictatorial violences, associating them with the nocturnal side of modern democracy. Along the way, we argue that memory has the power to bring to light the fallacies that constitute distorted representations, such as the theory of the two demons, the supposed racial democracy and the untrue “Marco Temporal” thesis. In summary, the narrative's structural axis is the tensions between memory, history and justice, as well as it establishes connections between founding dictatorial and democratic brutalisms. Finally, implicated in the current days of destruction, as a counterpoint to the contemporary individualist-individualism and its continuous relations of enmity, we propose the interrelationship of the memories of different collectives so that, perhaps, we may contribute to processes of strengthening and resuming solidary and anti-racist existences.

References

AGAMBEN, G. Estado de exceção. Trad. Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

ALENCASTRO, F. L. de. O trato dos viventes: formação do Brasil no Atlântico Sul. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

ALMEIDA. S. L. de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. Trad. Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

ARENDT, H. Entre o passado e o futuro. Trad. Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 2011.

ARENDT, H. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. José Rubens Siqueira. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

ASCENSO, J. G. S. Como uma revoada de pássaros: uma história do movimento indígena na ditadura militar brasileira. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil, 2021.

BENJAMIN, W. Obras escolhidas. Magia e técnica. Arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BENTO, C. O pacto da branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

BERNARDI, B. B.; RORIZ, J. Mantendo o céu no lugar: o caso Yanomami e as denúncias contra a ditadura militar brasileira na Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Revista Brasileira de Ciência Política, nº 40, 2023. pp. 1-35.

BORGES, T. A ditadura continua nas periferias. Contra o Genocídio. Periferia em Movimento, 06/05/2014. Disponível em <“A ditadura continua nas periferias” - Periferia em Movimento>. Acesso em: 03 fev. 2024.

BRANDÃO, S. Dialogando com Paul Ricoeur: a dimensão política da memória traumática. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, Brasil, 2014.

BRANDÃO, S. As máquinas de memória: o corpo-vítima da ditadura militar brasileira como peça dos processos de subjetivação do contemporâneo. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2019.

BRANDÃO, S. Os rastros contemporâneos das memórias que nos contam: entre a memória impedida e o esquecimento comandado de modo abusivo. Revista Limiar, v. 7, 2021, pp. 295-332.

CAMINHA, P. V. Carta de Achamento do Brasil. Campinas: Editora Unicamp, 2021.

CARTAZ contra desaparecidos do Araguaia causa polêmica na Câmara dos Deputados. O Tempo, 28/05/2009. Disponível em: Cartaz contra desaparecidos do Araguaia causa polêmica na Câmara dos Deputados | O TEMPO. Acesso em: 04 fev. 2024.

CHARTIER, R. A história ou a leitura do tempo. Trad. Cristina Antunes. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.

CHAVES, K. A. Corpo-território, reprodução social e cosmopolíticas: reflexões a partir das lutas das mulheres indígenas no Brasil. Revista Eletrónica de Geografia y Ciencias Socielas, v. 25, n. 4, 2021, pp. 51-71.

COMISSÃO de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos; Instituto de Estudos da Violência do Estado. Dossiê Ditadura: mortos e desaparecidos políticos no Brasil (1964-1985). São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo: Instituto de Estudos sobre a Violência do Estado, 2009.

COMISSÃO Nacional da Verdade. Relatório da Comissão Nacional da Verdade. Brasília, Casa Civil, 2014. Disponível em:

. Acesso em: 08 fev. 2024.

CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS. Caso Lund e outros (Guerrilha do Araguaia) vs. Brasil: sentença de 24 de novembro de 2010. Disponível em: < seriec_219_por.pdf (corteidh.or.cr)>. Acesso em: 08/02/2024.

DOSSE, F. Paul Ricoeur revoluciona a escrita da história. In: A história à prova do tempo: da história em migalhas ao resgate do sentido. Trad. Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Editora UNESP, 2001. pp. 71-100.

FERNANDES, P. Ilícito Absoluto: a Família Almeida Teles, o coronel C.A. Brilhante Ustra e a tortura. São Paulo: Patuá, 2023.

FREYRE, G. Casa-Grande & Senzala: formação da família brasileira sob regime da economia patriarcal. São Paulo: Global, 2003.

GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Trad. Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

GINZBURG, J. A interpretação do rastro em Walter Benjamin. In: SEDLMAYER, S.; GINZBURG, J. (Org.). Walter Benjamin: rastro, aura e história. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012. p. 107- 132.

GORENDER, J. O escravismo colonial. São Paulo: Ática, 1980.

GONZALEZ, L. Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. RIOS, F.; LIMA, M. (Org.). Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

HALBWACHS, M. A memória coletiva. Trad. Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2003.

HATTORI, M. et al. O caminho burocrático da morte e a máquina de fazer desaparecer: propostas de análise da documentação do Instituto Médico Legal-SP para antropologia forense. Revista do Arquivo, n. 2º, 2016, s/n.

HUTUKARA A. Y.; ASSOCIAÇÃO, W. Y. Yanomami sob ataque: garimpo ilegal na terra indígena yanomami e propostas para combatê-lo. Boa Vista: Hutukara Associação Yanomami: Associação Wanasseduume Ye’kwara, 2022.

KRENAK, A. José Orenstein. 04/2019. Disponível em:< ‘Enquanto tiver gente no Brasil, vai ter presença indígena’ - Nexo Jornal >. Acesso em: 08 fev. 2024.

KRENAK, A. A vida não é útil. São Paulo: Companhia das Letras, 2020a.

KRENAK, A. Thais Reis Oliveira. 12/2020b. Disponível em: < Ailton Krenak: próxima missão do capitalismo é se livrar de metade da população do planeta – Sociedade – CartaCapital>. Acesso em: 08 fev. 2024.

KRENAK, A. O Truque Colonial que Produz, o Pardo, o Mestiço e outras categorias de Pobreza. In: Seminário Não sou pardo, sou indígena, 2021. Grupo de Trabalho indígena do Tribunal Popular em parceria com a TV Tamuya. Disponível em: . Acesso em: 02 dez. 2023.

KOPENAWA, D.; ALBERT, B. A queda do céu: palavras de um xamã yanomami. Trad. Beatriz Perrone-Moisés. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

MAGUIRE, P. P. F. Foi a escravidão: uma arqueologia histórica de duas cadeias de exceção contra povos indígenas em Minas Gerais, Brasil (1968-1979). Tese (Doutorado em Antropologia) - UFMG, Belo Horizonte, Brasil, 2022.

MBEMBE, A. Crítica da Razão Negra. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MBEMBE, A. Políticas da Inimizade. Trad. Sebastião Nascimento. São Paulo: n-1 edições, 2020.

MINISTÉRIO Público Federal de Minas Gerais. Audiência pública – Criação de Comissão Nacional Indígena da Verdade, 27/10/2022. Disponível em

MUNDURUKU. D. O caráter educativo do movimento indígena brasileiro 1970-1990. São Paulo: Paulinas, 2012.

NASCIMENTO, A. do. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectivas, 2016.

NASCIMENTO, B. Januário Gracia e Vik Birkbec. 05/1988. Disponível em: < Especial Beatriz Nascimento - 1988 | CULTNE | Mulher Negra>. Acesso em: 08 fev. 2024.

NASCIMENTO, B. Beatriz Nascimento, Quilombola e Intelectual: possibilidades nos dias da destruição. Maria Beatriz Nascimento. Diáspora Africana: Editora Filhos da África, 2018.

NASCIMENTO, B. Uma história feita por mãos negras: relações sociais, quilombos e movimentos. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

OLIVEIRA, A. de. Elogio à tortura, dupla moral e enrolados na Justiça em nove votos na Câmara. El País, São Paulo, 20/04/2016. Disponível em:< Impeachment Dilma Rousseff: Elogio à tortura, dupla moral e enrolados na Justiça em nove votos na Câmara | Brasil | EL PAÍS Brasil (elpais.com)>. Acesso em: 04 fev. 2024.

OLIVEIRA FILHO, J. P. Pacificação e tutela militar na gestão de populações e territórios. MANA, nº 20, 2014. pp. 125-161.

PAJOLLA, M. Entenda a indenização a fazendeiros em discussão no julgamento do marco temporal. Brasil de Fato, Lábrea (AM), 20/09/2023. Disponível em: < Entenda a indenização a fazendeiros em discussão no julgamento | Geral (brasildefato.com.br)>. Acesso em: 08 fev. 2024.

REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. Um guia para a revolta escrava. In: REIS, J. J.; GOMES, F. dos S. (Org.). Revoltas escravas no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2021, pp. 07-29.

RICOEUR, P. A memória, a história, o esquecimento. Trad. Alain François et al. Campinas: São Paulo: Editora da Unicamp, 2007.

SANJURJO, L. L. Sangue, identidade e verdade: memórias sobre o passado ditatorial na Argentina. Tese (Doutorado em Antropologia Social) - IFCH-Unicamp, Campinas, Brasil, 2013.

SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.

TELES, E. A terra prometida e a violência nas eleições. Boitempo, 21/07/2022. Disponível em: < A Terra Prometida e a violência nas eleições – Blog da Boitempo>. Acesso em: 08 fev. 2024.

TELES, E.; QUINALHA, R. (Org.). Espectros da ditadura: da Comissão da Verdade ao bolsonarismo. São Paulo: Autonomia Literária, 2020.

TELES, J. de A. Memória dos cárceres da ditadura: os testemunhos e as lutas dos presos políticos no Brasil. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, 2011.

VALENTE, R. Os fuzis e as flechas: história de sangue e resistência indígenas na ditadura. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.

XAKRIABÁ, C. N. C. O barro, o jenipapo e o giz no fazer epistemológico de autoria Xakriabá: reativação da memória por uma educação territorializada. Dissertação (Mestrado em Sustentabilidade) – Universidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil, 2018.

Published

2024-04-30

How to Cite

Brandão, S. (2024). A territory named Brazil: Old violences, new clothing and activating memories of other existences. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 79, 91–119. https://doi.org/10.23925/2176-2767.2024v79p91-119