Manoel Bahiana, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e a mediação da “ciência útil” no Império

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2767.2023v78p158-180

Palabras clave:

ciência útil, Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, Brasil Império, século XIX

Resumen

Neste artigo analisamos o trabalho de mediação da “ciência útil” para os fabricantes de açúcar no âmbito da Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional (Sain) por meio da análise da trajetória de Manoel Vasconcellos de Souza Bahiana, entendendo-o enquanto um mediador para este grupo. O objetivo deste artigo consiste em evidenciar a relação fundamental entre a Sain e a mediação de suas ideias, entendendo-a enquanto uma instituição de “ciência útil”. Por meio de uma história da mediação e dos mediadores, pudemos evidenciar como da trajetória dos mediadores que circularam pela Sociedade Auxiliadora pode ajudar a compreender o papel da instituição de maneira mais detida na sua prática, através da atuação destes personagens em seus locais diversos por meio de experimentações e de mobilizações políticas e científicas.

Citas

Fontes

ACTA. Da Decima terceira Sessão ordinaria do Conselho de Direcção da Socidade de Agricultura, Commercio e Industria da Provincia da Bahia. Jornal da Sociedade de Agricultura, Commercio e Industria da Provincia da Bahia, Salvador, 1833, n. XIV, p. 443-445.

BAHIANA, M. de V. de S. Memória acerca do novo sistema de manufaturar o açúcar em caldeiras quadradas, oferecida a Sociedade de Agricultura, Commercio, e Industria da Provincia da Bahia, que a julgou merecedora da honra da publicação, na Sessão da Assembleia Geral, no dia 30 de Janeiro de 1834, mandando-a imprimir; por Manoel de Vasconcellos de Souza Bahiana, Caballeiro da Imperial Ordem do Cruzeiro, Membro efectivo, e um dos Instaladores da mesma Sociedade, e Proprietario do Engenho S Fillipe na Comarca de Santo-Amaro. Bahia: Typograhia do Correio Mercantil, 1834.

BAHIANA, M. de V. de S. Memória acerca do novo systema de manufaturar o açúcar em caldeiras quadradas... O Auxiliador da Indústria Nacional: Typog. Imp. e Const. de Seignot-Plancher e C., Rio de Janeiro-RJ, n. 7, 1834, p. 218-224.

BAHIANA, M. de V. de S. Requerimento a S.M. solicitando que lhe seja entregue, livre de direitos, a máquina a vapor importada da Inglaterra que comprou para seu engenho. [S.l.: s.n.], 1818.

INTERIOR. A Aurora Fluminense: Jornal Politica e Litterario: Rio de Janeiro, Typographia do Diario, 1829, n. 256, p. 1075.

GUIA de pagamento passado a Manoel de Vasconcellos de Souza Bahianna pela Secretaria de Estado dos Negócios do Império para que possa obter carta de privilégio exclusivo, durante dez anos, para um novo sistema de caldeiras. Rio de Janeiro: [s.n.], 1834.

LISTA DOS CIDADÃOS, QUE OBTIVERAM VOTOS, NA APURAÇÃO GERAL, PARA DEPUTADOS DA ASSEMBLEIA PROVINCIAL. Jornal do Commercio, Rio de Janeiro, Typografia Imperial e Constitucional de Seignot-Plancher e Comp, 1835, Ano IX, n. 31, p. 2.

RELAÇÃO DOS PRIVILÉGIOS EXCLUSIVOS CONCEDIDOS EM VIRTUDE DA LEI DE 28 DE AGOSTO DE 1830. Relatorio da repartição dos negocios do Imperio apresentado à Assembleia Geral Legislativa na Sessão Ordinária de 1835, pelo respectivo ministro e secretário de Estado Joaquim Vieira da Silva e Sousa, Rio de Janeiro, Typographia Nacional, n. 7, 1835, p. 48.

Referências

ALMEIDA, M. C. du P. e. Ensaio sobre o fabrico do assucar offerecido à sociedade d'agricultura, comercio e industria da provincia da Bahia. Bahia: Typ. do Diario, 1834.

ANTONIL, A. J. Cultura e opulencia do Brasil. Por suas drogas, e minas, com varias noticias curiosas do modo de fazer o Assucar; plantar & beneficiar o Tabaco; tirar Ouro das Minas; & descubrir as da Prata; E dos grandes emolumentos, que esta Conquista da America Meridional dá ao Reyno de PORTUGAL com estes, & outros generos, & Contratos Reaes. Lisboa: Officina Real Deslandesiana, 1711.

ARAÚJO, N. de A. Pioneirismo e hegemonia: a construção da agronomia como campo científico na Bahia (1832- 1911). 2010. 366 f. Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2010.

BLAKE, A. V. A. S. Diccionario bibliographico brazileiro. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1900, vol. 6, p. 208.

CARONE, E. O Centro Industrial do Rio de Janeiro e sua importante participação na economia nacional (1827-1977). Rio de Janeiro, CIRJ/Cátedra, 1978.

CHAPPEY, J-L. Enjeux sociaux et politiques de la «vulgarisation scientifique» en Révolution (1780-1810). Annales historiques de la Révolution française, 338, 2006, p. 1-36.

DIAS, M. O. da S. A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo: Alameda, 2005.

DOMINGUES, H. M. B. A ideia de progresso no processo de institucionalização nacional das ciências no Brasil: a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional. Asclepio, Vol. XLVIIl, nº 2, 1996. pp. 149-162. Disponível em: https://asclepio.revistas.csic.es/index.php/asclepio/article/view/402/400. Acesso: 09/09/2021.

DOMINGUES, H. M. B. “Ciência um caso de política. As relações entre as ciências naturais e a agricultura no Brasil Império”. 1995. Tese (Doutorado) – USP-FFLCH, São Paulo, 1995.

DOMINGUES, H. M. B. As ciências naturais e a construção da nação brasileira. Revista de História (USP), São Paulo, v. 135, nº 2, 1996, pp. 41-59. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/18795. Acesso: 09/09/2021.

DUTRÔNE LA COUTURE, J-F. Précis sur la canne et sur les moyens d’en extraire le sel essentiel, suivi De plusiers Mémoires sur le Sucre, sur le Vin de Canne, sur d’indigo, sur les Habitations & sur l’état actuel de Saint-Domingue. vol. 1. Paris: Duplain, 1790.

GAMA, R. Engenho e tecnologia. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1983.

KODAMA, K. Ciências Naturais (verbete). In: OLIVEIRA, C. H. de S.; PIMENTA, J. P. (orgs.). Dicionário da Independência do Brasil: História, Memória e Historiografia. São Paulo: Edusp, 2022, p. 223-226.

KURY, L. Descrever a pátria, difundir o saber. In: Iluminismo e Império no Brasil: O Patriota (1813-1814). Rio de Janeiro: Fiocruz/ Fundação Biblioteca Nacional, 2007, p. 141-178.

KURY, L. Homens de ciência no Brasil: impérios coloniais e circulação de informações (1780-1810). História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v. 11, supl.1, 2004, p. 109-129. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/hcsm/v11s1/05.pdf Acesso: 25/07/18.

MALAVOTA, L. M. A Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e as patentes de invenção: tecnologia e propriedade no Império do Brasil. Revista Maracanan, Rio de Janeiro-RJ, n. 23, p. 12-33, 2020.

MOKYR, J. The gifts of Athena: historical origins of the knowledge economy. Princeton, Princeton, University Press, 2002.

MOTA, L. G. S. As manufaturas de fumo do Recôncavo Baiano. Labor & Engenho, Campinas, v.5, n.4, 2011, pp. 19-33.

MORENO FRAGINALS, M. O engenho: complexo sócio-econômico açucareiro cubano. São Paulo: HUCITEC; Editora UNESP, 1987 [1974].

PÉCLET, E. Traité de la chaleur considérée dans ses applications par E. Péclet ancien inspecteur général de l’Université, professeur de physique aplpliquée aux arts a l’école centrale, membre du conseil de la Société d’Encouragement. Quatrième edition. Tome Premier. Paris: G. Masson, Éditour, Libraire de L’Académie de Médecine, 1828.

PENTEADO, D. F. de M. O Auxiliador da Indústria Nacional Um periódico a serviço do Estado brasileiro (1833-1896). Revista Trilhas da História, Três Lagoas, v.8, nº15, jul-dez, 2018. p.126-142.

PESTRE, D. Saberes e ciências do renascimento aos nossos dias: Uma leitura na longa duração. Projeto História: Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, nº. 75, p. 5–33, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.23925/2176-2767.2022v75p5-33. Acesso: 28/05/23.

SCHAFFER, S.; ROBERTS, L.; RAJ, K., et al. The brokered world. Go-Betweens and Global Intelligence, 1770-1820. Sagamore Beach: Science History Publications, 2009.

SHAPIN, S.; SCHAFFER, S. Understanding Experiment. Leviathan and the air-pump: Hobbes, Boyle and the experimental life. Princeton, New Jersey: Princeton University Press, 2011.

SIMONSEN, R. C. História econômica do Brasil: 1500-1820. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2005 [1936].

SOARES, L. C. Indústria (verbete). In: OLIVEIRA, C. H. de S.; PIMENTA, J. P. (orgs.). Dicionário da Independência do Brasil: História, Memória e Historiografia. São Paulo: Edusp, 2022, p. 500-504.

SOUZA, R. A. de. Império da Eloquência: retórica e poética no Brasil oitocentista. Rio de Janeiro: EdUERJ: EdUFF, 1999.

VANUCCI, J. C. P. As invenções técnicas brasileiras no Segundo Reinado. Estudo das Comissões Técnicas da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional nas concessões de privilégios de patentes entre 1833 e 1862. 2016. Tese (Doutorado em História da Ciência) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo. Disponível em: http://leto.pucsp.br/bitstream/hancle/19257/2/Jo%C3%A3o%20Carlos%Piedade%20Vanucci. pdf. Acesso em: 7 dez. 2019.

VRIES, S. de. Brasilise suyker werken. In: Curieuse aenmerckingen der bysonderste Oost en West- Indische verwonderens - waerdige dingen. Utrecht: Johannes Ribbius. 1.672 pages, 1682. Disponível em: https://jcb.lunaimaging.com/luna/servlet/detail/JCB~1~1~480~115901235:Brasilise-suyker-werken. Acesso: 30 mai. 23.

Publicado

2023-12-10

Cómo citar

Souza, R. D. dos S., & Gomes, R. (2023). Manoel Bahiana, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e a mediação da “ciência útil” no Império. Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 78, 158–180. https://doi.org/10.23925/2176-2767.2023v78p158-180