Representações da África na imprensa brasileira: VEJA, ISTO É e ÉPOCA.
Mots-clés :
Stuart Hall, Representação, Imprensa, ÁfricaRésumé
Ao examinar como a revista Veja retratou a Independência de Angola enfrentei alguns problemas de abordagem. O que estava sendo analisado mesmo? O discurso? As imagens? As visões? As ideias? Ou ainda as representações construídas por este veículo? O presente texto tem o objetivo de iniciar uma reflexão sistemática sobre o assunto de modo que me permita explicitar a categoria de análise que usarei na pesquisa em andamento.
Neste trabalho faço um exame inicial de como tais noções foram utilizadas nas obras de diversos autores (as) que se dedicaram a pensar como a África tem sido retratada. São trabalhos com objetivos, estratégias metodológicas e fontes bem diferentes. Esse breve exame nos leva a pensar como é antiga e variada a preocupação de historiadores com relação ao “modo como à África é retratada” na imprensa, na literatura, nos livros didáticos.
As reflexões desenvolvidas a partir da leitura de Stuart Hall me conduzem para adotar a categoria Representações. Assim, estudo o pensamento, a contribuição de Hall que define essa categoria como parte fundamental do processo de produção dos sentidos e das trocas dentro de uma determinada cultura, destacando a dimensão histórica, dinâmica, conflituosa, a disputa, o jogo, a encruzilhada onde as Representação são produzidas.
As reflexões sobre representações proporcionadas pela leitura de Stuart Hall se conectam com outra dimensão central deste trabalho que é a categoria de Hegemonia. A construção das representações sobre o continente africano tem uma dimensão política estratégica no jogo das relações de poder no Brasil. Basta lembrar que, nos dias atuais, os descendentes de africanos são mais de 51% da população. Como pensar que tal contingente populacional seja subjugado e explorado? Certamente que o elemento da força, da repressão pura e simples, do massacre e do extermínio, da violência física diária é um componente estruturante dessa dominação. Mas isso seria suficiente para manter as relações de poder por longo período?
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