Hino da Terceira Internacional em Rituais Revolucionários no Brasil

Revolucionários no Brasil

Autores

  • Rafael Lopes Sousa Universidade Santo Amaro (UNISA)
  • Alzira Lobo de Arruda Campos Universidade Santo Amaro (UNISA)
  • Luiz Antonio Dias Universidade Santo Amaro (UNISA) e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP)

DOI:

https://doi.org/10.23925/2176-2767.2023v77p263-298

Palavras-chave:

Rituais revolucionários, Revolução de outubro de 1917, Esquerda revolucionária em São Paulo, A Internacional comunista

Resumo

Este artigo reflete sobre a função da música em movimentos populares, em especial para a organização da massa trabalhadora, por meio do Hino da III Internacional, que significou, nos tempos heroicos da organização da esquerda brasileira, a palavra de ordem da Revolução Proletária, mesmo após a rejeição de Stálin ao internacionalismo. Nos movimentos operários que se organizaram em partidos que pretendiam uma revolução proletária, a Revolução de Outubro de 1917 tornou-se um modelo a reproduzir no Brasil, conferindo alento às vanguardas operárias e medo às elites nacionais. Nesse ambiente de polarização, certamente desigual, o hino A Internacional tornou-se parte integrante dos rituais revolucionários da esquerda paulista, funcionando como canto de combate nas passeatas e comícios dos trabalhadores. Era um modo de transmitir a ideia do internacionalismo como estratégia fundamental para a tomada de consciência sobre a exploração do trabalho pelo capital, etapa considerada necessária para a instalação posterior de uma ditadura do proletariado.

Biografia do Autor

Rafael Lopes Sousa, Universidade Santo Amaro (UNISA)

Professor Dr. em História Social

Professor efetivo do Mestrad interdisciplina da Unisa

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Publicado

2023-08-28

Como Citar

Sousa, R. L., Campos, A. L. de A., & Dias, L. A. (2023). Hino da Terceira Internacional em Rituais Revolucionários no Brasil : Revolucionários no Brasil . Projeto História : Revista Do Programa De Estudos Pós-Graduados De História, 77, 263–298. https://doi.org/10.23925/2176-2767.2023v77p263-298