A Indústria Siderúrgica e o Impacto Chinês: Uma Ameaça Para a Economia Verde ou Um Caminho Para Uma Nova Trajetória Institucional?

Autores

Palavras-chave:

Gases do Efeito Estufa, indústria siderúrgica, Economia Verde, mudança institucional, China.

Resumo

A indústria siderúrgica se insere no âmbito da Economia Verde de duas formas antagônicas: trata-se de uma das indústrias com destacada emissão de CO2 e é a principal fornecedora de insumos de caráter sustentável. Tal relação ambígua se torna ainda mais relevante com o intenso crescimento da produção de aço chinês a partir do século XXI. Assim, o objetivo deste artigo é analisar como a indústria siderúrgica mundial se insere no contexto da Economia Verde, com destaque para o impacto chinês. Os resultados indicam um crescimento com concentração geográfica do setor siderúrgico entre 2000 e 2018, acompanhado por um aumento das emissões de CO2 e da pegada ecológica. Apesar disso, o artigo destaca algumas possibilidades de mudanças institucionais e tecnológicas de caráter mais sustentável.

Biografia do Autor

Michel Augusto Santana da Paixão, Professor na Universidade Estadual de Londrina – UEL

Graduado em economia pela UNESP, e Mestre em economia aplicada pelo Programa de Pós Graduação em Economia Aplicada do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP. Atualmente é doutorando em economia aplicada pela mesma instituição.

Oz Solon Chovghi Iazdi, Professor na Universidade Estadual de Londrina – UEL

Doutor em Ciências Econômicas - Teoria Econômica - pela Unicamp (2018). Possui Mestrado em Economia pela FGV-SP (2013) e bacharelado em Ciências Econômicas pela PUC-Campinas (2010) . Atualmente é professor de Economia na Universidade Estadual de Londrina e seus interesses de pesquisa se concentram sobre os temas da economia institucional, evolucionária e da economia comportamental, particularmente, no que diz respeito às normas e convenções de justiça. Também tem interesse em abordagens multidisciplinares, como a influência dos processos cognitivos e afetivos sobre o comportamento e as diferentes abordagens sociológicas sobre justiça, democracia e economia solidária.

Leandro Garcia Meyer, Professor na Universidade Estadual de Londrina – UEL

Possui graduação em Ciências Econômicas pela Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) e mestrado em Economia Aplicada na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FEARP/USP). Doutor em Economia Aplicada pela ESALQ/USP, com Doutorado Sanduíche na Universidad Carlos III de Madrid (UC3M). Atualmente, leciona na Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Referências

ANDRADE, M. L. A. Impactos da privatização no setor siderúrgico. Boletim de Gerência Setorial de Mineração e Metalurgia – BNDES. Rio de Janeiro, 2001. 12 p. Disponível em: < http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/export/sites/default/bndes_pt/Galerias/Arquivos/conhecimento/relato/relato_1.pdf >. Acesso em: 20 fev. 2020.

ARTHUR, B. Competing Technologies, Increasing Returns, and Lock-in by Historical Events. The Economic Journal, v.99, p.116-131, 1989.

BEDDOWS, R. A new dawn for steel? Millenium Steel, London, p.26-30, 2005. Disponível em: < http://www.millennium-steel.com/articles/pdf/2005/pp26-30%20MS05.pdf > Acesso em: 2 mar. 2020.

BEIRAL, P. R. S. O mercado brasileiro de etanol: concentração e poder de mercado sob a ótica da Nova Organização Industrial Empírica. 2011. 108 p. Dissertação de Mestrado (Economia Aplicada) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba, São Paulo. 2011.

BP. Statistical Review of World Energy. 2019. Disponível em: < https://www.bp.com/en/global/corporate/energy-economics/statistical-review-of-world-energy.html >. Acesso em: 26 mar. 2020.

CAVALCANTI, P. Gestão Ambiental na Indústria Siderúrgica: Aspectos Relacionados às Emissões Atmosféricas. 2012. 54 p. Monografia (Engenharia Metalúrgica) – Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2012.

CHRISTENSEN, P. Historical Roots for Ecological Economics: Biophysical Versus Allocative Approaches. Ecological Economics, v.1, p.17-36, 1989.

ERICKSON, P. et al. Assessing carbon lock-in. Environmental Research Letters, v.10, n.8, p. 084023, 2015.

ERNEST ORLANDO LAWRENCE BERKELY NATIONAL LABORATORY. Emerging Energy-efficiency and Carbon Dioxide Emissions-reduction Technologies for the Iron and Steel Industry. HASANBEIGI, A.; PRICE, L.; ARENS, M. Berkely, 2013. 116 p. Disponível em: < http://china.lbl.gov/sites/all/files/6106e-steel-tech.pdf >. Acesso em: 16 fev. 2020.

FIANI, R. Crescimento econômico e liberdades: a economia política de Douglasss North. Economia e Sociedade, Campinas, v. 11, n. 1(18), p. 45-62, jan./jun. 2002.

FRANCO, M. Searching for a Scientific Paradigm in Ecological Economics: The History of Ecological Economic Thought, 1880s-1930s. Ecological Economics, v.153, p.195-203, 2018.

GALA, P. A Teoria Institucional de Douglasss North. Revista de Economia Política, São Paulo, v. 23, n. 2(90), p. 89-105, abr./jun. 2003.

GILFILLAN, D.; MARLAND, G.; BODEN, T.; ANDRES, R. Global, Regional, and National Fossil-Fuel CO2 Emissions. 2019. Disponível em: < https://energy.appstate.edu/research/work-areas/cdiac-appstate >. Acesso em 26 mar. 2020.

GLOBAL CARBON ATLAS. CO2 emissions. 2019. Disponível em < http://www.globalcarbonatlas.org/en/CO2-emissions >. Acesso em: 21 fev. 2020.

GLOBAL EFFICIENCY INTELLIGENCE. Infographic: the iron and steel industry’s energy use and emissions. HASANBEIGI, A. 2017. Disponível em: < https://www.globalefficiencyintel.com/new-blog/2017/nfographic-steel-industry-energy-emissions >. Acesso em: 21 fev. 2020.

GLOBAL FOOTPRINT NETWORK. Explore data. 2019. Disponível em: < http://data.footprintnetwork.org/?_ga=2.121941323.154034502.1583253972-1415280572.1583253972#/exploreData >. Acesso em: 04 mar. 2020.

HASANBEIGI, A. e SPRINGER, C. How Clean is the U.S. Steel Industry? An International Benchmarking of Energy and CO2 Intensities. São Francisco CA: Global Efficiency Intelligence, 2019.

HODGSON, G. O que são instituições? In: SALLES, A.; PESSALI, H.; FERNÁNDEZ, R. (Orgs.) Economia Institucional: fundamentos teóricos e históricos. São Paulo: Editora Unesp, 2017.

INSTITUTO AÇO BRASIL. A Indústria do Aço no Brasil. Encontro da Indústria para a Sustentabilidade. Brasília, 2013, 53 p. Disponível em: < http://www.acobrasil.org.br/site/portugues/sustentabilidade/downloads/livro_cni.pdf >. Acesso em: 17 mar. 2020.

MALYNOWSKYJ, A. Fabricação de aço líquido em conversor a oxigênio. Cubatão: COSIPA, 2000. 68p.

NORTH, D. Institutions, Institutional Change and Economic performance, Cambridge University Press, Cambridge, 1990.

POSO, A. T. O Processo de Reestruturação da Siderurgia Mundial. O caso da Companhia Siderúrgica Nacional. 2007. 205 p. Dissertação de Mestrado (Geografia Humana) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo, São Paulo. 2007.

REIS, J.D. dos. A concentração do mercado siderúrgico brasileiro e a perda de bem-estar. 2010. 137 p. Tese de Doutorado (Economia Aplicada) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Piracicaba, São Paulo. 2010.

RODRIGUES, G. F.; JUNCA, E.; TELLES, V. B.; ESPINOSA, D. C. R. Redução das emissões de gases de efeito estufa através do uso de hidrogênio na siderurgia, n. 21, p. 48-53, 2011.

WACKERNAGEL, M.; REES, W. Perceptual and Structural Barriers to Investing in Natural Capital: Economics From an Ecological Footprint Perspective. Ecological Economics, v.20, p.3-24, 1997.

WORLD STEEL ASSOSSIATION. World Steel in figures. Bruxelas, 2002.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2003.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2004.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2005.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2006.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2007.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2008.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2009.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2010.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2011.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2012.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2013.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2014.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2015.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2016.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2017.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2018.

__________. World Steel in figures. Bruxelas, 2019.

WORLD STEEL ASSOSSIATION. Sustainability indicators. Bruxelas, 2020, 6 p. Disponível em: < https://www.worldsteel.org/en/dam/jcr:296df0e7-6182-4574-bbc9-f8fbeac12d4e/Sustainability%2520indicators%25202003%2520to%25202018%2520and%2520participation.pdf > Acesso em: 01 mar. 2020.

UNFCC. National Inventory Submissions 2019. United Nations Framework Convention on Climate Change. Disponível em < https://unfccc.int/process-and-meetings/transparency-and-reporting/reporting-and-review-under-the-convention/greenhouse-gas-inventories-annex-i-parties/national-inventory-submissions-2019 >. Acesso em: 26 mar 2020.

UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME - UNEP. Green Economy Report: Towards a Green Economy: Pathways to Sustainable Development and Poverty Eradication França, 2011. Disponível em: < https://sustainabledevelopment.un.org/index.php?page=view&type=400&nr=126&menu=35 >. Acesso em: 17 mar. 2020.

VAN DEN BERGH, J. Ecological Economics: Themes, Approaches, and Differences With Environmental Economics. Regional Environmental Change, v.2, p.13-23, 2001.

ZHANG, L.; DZAKPASU, M.; CHEN, R.; WANG, X. Validity and Utility of Ecological Footprint Accounting: A State-of-the-art Review. Sustainable Cities and Society, v.32, p.411-416, 2017.

Downloads

Publicado

2020-08-20