Doença Holandesa e Desindustrialização no Brasil: de volta a um país primário-exportador?
Abstract
Diante do insatisfatório desempenho na produção da indústria de transformação brasileira recentemente, o tema da desindustrialização tem chamado a atenção de economistas e especialistas da área devido à importância da indústria de transformação para o crescimento econômico no longo prazo. Portanto, este artigo tem como objetivo investigar se o processo de desindustrialização teve continuidade após 1995, e se tem como fonte principal a doença holandesa. A doença holandesa se intensificou pós-1995, sobretudo, durante a década de 2000 quando passou a apresentar deficits crescentes na balança comercial industrial. Concomitante a esse déficit, observou-se que a sobreapreciação da taxa de câmbio foi responsável pela reprimarização da pauta de exportação, semelhante à economia primária-exportadora de meados do século XX, guardadas as devidas proporções.