A CENOGRAFIA LITERÁRIA PÓS-MODERNA EM SALVAR O FOGO DE ITAMAR VIEIRA JUNIOR
Resumen
Este artigo analisa a constituição da cenografia literária pós-moderna na obra Salvar o fogo, de Itamar Vieira Junior, pelo aspecto da interatividade constitutiva do enunciador que busca o autoconhecimento e a legitimação dos enunciados do discurso literário em meio à fluidez identitária contemporânea. Apoiamo-nos, assim, em autores essenciais como Bauman (1998, 2021), Lacan (1998) e Maingueneau (2015, 2018, 2020, 2025) para nos guiarmos quanto ao entendimento sobre identidade, verdade e discurso. Observamos que a multiplicidade de vozes, a fragmentação do sujeito e a constante reconstrução de identidades configuram um ethos líquido, que desloca a noção de verdade única e convoca o leitor a assumir o papel de coenunciador. Nesse processo, o discurso literário incorpora memória, inconsciente e interdiscursividade a fim de legitimar-se pela abertura a diferentes verdades
Palavras-chave: Pós-modernidade. Análise do discurso. Cenografia. Enunciador. Identidade. Verdade. Salvar o fogo.
Citas
BAUMAN, Zygmunt. O Mal-estar da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
_________________ Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
CHARAUDEAU, P.; MAINGUENEAU, D. Dicionário de análise do discurso. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2024.
LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
MAINGUENEAU, Dominique. Análise de textos de comunicação. São Paulo: Cortez, 2001.
_________________ Discurso e análise do Discurso. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
_________________ Discurso Literário. São Paulo: Contexto, 2018.
_________________ Variações sobre o Ethos. São Paulo: Parábola, 2020.
_________________As margens do discurso. Organização de Nelson Barros da Costa, Maria das Dores Mendes, José Wesley Matos. São Paulo: Contexto, 2025.
VIEIRA JÚNIOR, Itamar. Salvar o fogo. 1. ed. São Paulo: Todavia, 2023.