A LEITURA NA COLÔNIA
SEM LIVRO E SEM IMPRENSA
DOI :
https://doi.org/10.23925/2316-3267.2021v10i3p56-72Mots-clés :
Período Colonial, Competência leitora, História das Ideias LinguísticasRésumé
Este texto tem como objetivo analisar de que forma ocorreu o processo de leitura no Brasil Colonial, diante de um cenário em que a nação dispunha de pouquíssimos livros e de nenhuma imprensa. Para tanto, o presente artigo, que está pautado nos princípios da História das Ideias Linguísticas (AUROUX, 2014 [1992], FÁVERO; MOLINA, 2006, COLOMBAT; FOURNIER; PUECH, 2017), percorre a institucionalização do ensino de língua portuguesa promovida pelos jesuítas e, também, as consequências da ruptura determinada por Pombal. Como resultado, o estudo demonstra a cisão no desempenho da competência leitora entre os brasileiros (filhos de nativos) e a desigualdade nessa competência, comparando-se os filhos de nativos e os filhos de colonizadores ao final do século XVIII.
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Références
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