Qualis: B2 |
Área do conhecimento: Sociologia |
n. 21 (2012): Verve
verve, 10 anos:
uma década de práticas de liberdade: duas dezenas de edições publicando anarquia e abolicionismo penal, revolvendo os anarquismos. anos de afirmação da existência que aprecia a invenção de novas tradições interessadas no agora. ágora para bravos anarquistas, artistas desconcertantes, escritos e escritas surpreendentes, modos de pensar e dizer insuspeitados, mulheres e homens insurretos. páginas abertas ao que vibra livre & vivo!
verve 21 celebra a potência de verve. comemora suas intensidades trazendo os problemas e lutas que nos são caros; as contundências, prazeres e incômodos que nos atravessam.
o atual libertário em suas tensões com o presente vem com christian ferrer, os amores em liberdade, na sua diversidade que esgarça a moral com novas éticas afetivas, vêm em textos de han ryner, jaime cubero, errico malatesta, margareth rago e salete oliveira.
o anarquismo que ativa combates está na nota de pierre-joseph proudhon sobre a feitura de seu “a guerra e a paz” e nos enfrentamentos e resistências contemporâneos ao regime da propriedade por josé maria carvalho ferreira.
o abolicionismo penal emerge, confrontando a moral do castigo, pela conversação inédita com louk hulsman, pela perspectiva libertária de acácio augusto, pela memória da coragem libertária de pietro ferrua nos momentos iniciais da ditadura civil-militar brasileira e pela volta, como página única, do primeiro hypomnemata do nu-sol, um manifesto abolicionista penal. outro hypomnemata retorna também como página única, mostrando a potência da análise genealógica que antecipa a reforma do sistema prisional para crianças e jovens, expondo o insuportável da punição sempre redimensionada.
a verve abolicionista do nu-sol abala não apenas a prisão, mas, também, as interdições da loucura, como afirma e exubera a aula-teatro por beatriz scigliano carneiro, cecília oliveira, eliane knorr e leandro siqueira. loucura, solta em tesão, aparece na vida e literatura de roberto freire pelas mãos de gustavo simões, enquanto o anarquismo é tensionado naquilo que o aproxima do cristianismo por gustavo ramus.
a companhia de michel foucault, tão preciosa nessa década de verve, está presente no tom das resistências e da estética da existência das páginas por guilherme castelo branco, ricardo líper e silvana tótora.
e verve, intensa & única, se mostra inteira como espaço para os anarquismos potentes de hoje e outrora, daqui e de muitos lugares, que marcaram as páginas da revista nesses 10 anos: um dossiê sobre a revista afirma sua singularidade e força, por jovens que chegaram há pouco à prática autogestionária de verve – luíza uehara, sofia osório, flávia lucchesi, mayara de martini cabeleira – e por libertários atravessados e atravessando a revista desde seu primeiro número: salete oliveira, acácio augusto, andre degenszajn, thiago rodrigues e edson passetti, seu editor nos oito primeiros anos de verve.
antes de passar a vervedobras, que com arte e resistências se espraia nos fluxos eletrônicos, a verve impressa fala de bombas e dos anarquismos na américa latina, pelas resenhas de eliane knorr e acácio augusto.
verve 21, 10 anos!
potência de únicos, experiência rara que se faz presente e viva no convite para dançar, abalar, abalar-se, revirar, revirar-se, atiçar, atiçar-se.
10 anos de verve! SAÚDE!