n. 25 (2014): Verve

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agonismo. a vida como batalha. a batalha que vivifica contra o que tortura, assassina, faz calar.

efemérides, via de regra, são laudatórias. este ano, em especial, marcam-se diversas: 100 anos da primeira guerra mundial, 150 anos da fundação da ait (associação internacional dos trabalhadores), 200 anos do nascimento de mikhail bakunin. decidimos destacar os 50 anos do golpe civil-militar no brasil.

verve 25 é atravessada pela memória das lutas contra ditaduras de ontem e autoritarismos que não cessam de emergir: em portugal e no brasil de ontem, por josé maria carvalho ferreira; no brasil de ontem e hoje, por cecília coimbra e beatriz scigliano carneiro; no enfrentamento com o insuportável pelo nu-sol.

a reviravolta conservadora nos estados unidos é fustigada pelo instaurador da palavra libertário, joseph déjacque, ao atacar o racismo estadunidense e a iminência da guerra de secessão acomodados à democracia representativa, explicitando o vigor da análise anarquista durante os acontecimentos.

o extermínio seletivo que pratica todo estado, em ditaduras ou democracias, se expressa na reconfiguração e expansão de prisões, como analisa james humberto zomighani júnior; a educação que domestica nos fluxos da sociedade de controle é problematizada por eliana pougy.

a carta-manifesto das pussy riots situa a captura de duas de suas integrantes pelo teatro dos direitos humanos, a recusa ao institucionalismo e convida para conversações com o que se desdobra eletrônico em vervedobras, com os jornais libertários que resistiram à ditadura no brasil.

a rebeldia que não cessa emerge da aula-teatro drogas-nocaute 2, ousando sugerir o método anarquista para lidar com proibições, moralismos e violências.

as efemérides inflam revanches e nostalgias. verve se aparta disso, afirmando a potência dos combates no presente, atenta à memória das lutas para

a invenção de liberdades agora!

Publicado: 2016-12-02