n. 32 (2017): Verve

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verve a partir deste trigésimo segundo número estará em formato eletrônico (PDF e ePub). isso acontece após exatos 15 anos de circulação impressa semestral, ininterrupta, registrando a anarquia e abolicionismo penal libertário. a mudança não se dá por convenção, mas para a revista se manter autogestionária. este número traz um registro da greve geral de 1917, em são paulo e os efeitos da revolução russa. são acontecimentos centenários ainda presentes na história das lutas. a revista abre com a aula-teatro 22, por edson passetti e acácio augusto, relembrando a greve geral de 1917, ocorrida em são paulo, quando mulheres, homens e crianças explicitaram o início da revolução social contra a propriedade, repressões e violências com as quais a oligarquia paulista submetia os operários e lavradores. trazemos um curto texto de florentino de carvalho comentando repercussões da revolução russa e alertando para a diferença vital entre comunismo libertário e comunismo de estado ou marxista. alexander berkman em análise acurada expõe, em 1921, os rumos da revolução russa, desvelando a impostura bolchevista no interior do partido comunista. somada à reflexão minuciosa acerca do partido, o anarquista situa o esmagamento da revolução social por meio do controle político efetivado pela ditadura do proletariado, máquina burocrática policial e punitiva. do mesmo ano de 1917, ao norte da américa, verve 32 publica o manifesto de emma goldman e alexander berkman contra a conscrição militar nos EUA. a revolução se faz todo dia por cada um para mudar o mundo todo dia. verve 32 registra, em página única, as atuais perseguições aos anarquistas, com a operação ébero, no rio grande do sul; alerta para não nos distrairmos diante das investidas de forças conservadoras, como a ocorrida no impedimento de seminário sobre a revolução russa na uerj; escancara a continuidade do massacre de jovens nas prisões. atiça para as transformações anarquistas no presente e republica dois registros sobre o erotismo libertário por roberto freire, anarquista caloroso que completaria 90 anos em 2017, e o delicioso ensaio de nelson mendez, sobre uma história gastronômica da anarquia. cada um a seu modo, freire e mendez mostram que para os anarquistas não há dissociação entre prazeres e luta. verve 32 fecha com duas resenhas que lidam com a anarquia hoje e sua atualidade descentralizada: gustavo simões, a partir das correspondências trocadas pelo artista anarquista john cage, nos convida a ouvir os ruídos da anarquia; luíza uehara mapeia a história e a contemporaneidade dos anarquismos na bolívia, alertando para o risco de capturas empreendedoras e resilientes. verve 32 atravessa os fluxos eletrônicos como revista de atitudes, labareda que lambe corpos explodindo as mediações da tela e dos protocolos, dos softwares aos indexadores. 

Publicado: 2018-04-14