Características biopsicossocias das pacientes adultas portadoras de Síndrome de Turner atendidas no ambulatório de endocrinologia do Conjunto Hospitalar de Sorocaba
Resumo
Introdução: a Síndrome de Turner (ST) é uma condição cromossômica que afeta o desenvolvimento em mulheres, decorrente da presença de um cromossomo X e perda total ou parcial do segundo cromossomo sexual. Os sinais mais significativos são a baixa estatura e disgenesia gonadal.Um grande desafio em lidar com essa síndrome reside no fato de que não apenas as funções orgânicas das portadoras estarem comprometidas, como o seu panorama de interações sociais e desenvolvimento psicológico. Estudos apontam que mulheres com ST tem maior risco de apresentarem dificuldades psicológicas, como depressão, imaturidade e problemas de interação social. Objetivos: em vista da relevância de se conhecer as características das portadoras de ST e a partir delas entender os impactos que a síndrome traz à vida dessas mulheres, o presente estudo teve por objetivo apresentar o perfil biodemográfico e econômico,avaliar a qualidade de vida e presença ou não de depressão nas pacientes acompanhadas em nossa região. Métodos: Para realização do estudo foram aplicados quatro questionários: o do perfil biodemográfico,montado pelos pesquisadores, Escala de Depressão de Becker II, Questionário de Qualidade de Vida (QV SF-36 V2) e Critério de Classificação Econômica Brasil (ABEP 2015). Em seguida, foi feita entrevista utilizando a técnica do Grupo Focal (GF) com posterior análise estatística dos resultados obtidos. Resultados: foram avaliadas 15 pacientes. A idade média foi 31,6 anos, sendo que 93% declararam-se solteiras e 46% relataram ocupação profissional. Da escolaridade, 60% concluíram o ensino médio e 16% cursaram ensino superior. Pelo ABEP,86,6% integraram a classe D. Cerca de 70% referiram atividades de lazer.A pontuação de QV obteve piores desempenhos em vitalidade e saúde mental. Nos GF, participaram oito pacientes. Todas demonstraram conhecimento da origem genética na síndrome, 87% teve o diagnóstico tardio, suspeitado pela baixa estatura. A altura média das que usaram o hormônio do crescimento (GH) foi de 151cm e das que não usaram foi de 143cm. Na infância, elas declararam sofrer com bullying, dificuldades em matemática e estigmatização. As pacientes demonstraram problemas de interação social, relacionamento amoroso e sofrimento com as questões da maternidade. Conclusão: diante dos dados apresentados, é indispensável ofertar apoio psicossocial nos ambulatórios e estudos sobre o impacto emocional da síndrome na vida dessas mulheres.Downloads
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