Perfil clínico e laboratorial de pacientes pediátricos com diabetes mellitus tipo 1, atendidos em um hospital público terciário de Sorocaba, São Paulo, e sua relação com a adesão ao tratamento

Autores

  • Caroline Rosa Pellicciari Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Letícia de Arruda Camargo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Alcinda Aranha Nigri Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
  • Neil Ferreira Novo Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.23925/1984-4840.2017v19i2a3

Palavras-chave:

diabetes mellitus tipo 1, hemoglobina A glicosilada, cetoacidose diabética

Resumo

Objetivos: Avaliar o perfil clínico e laboratorial de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1 (DM1) e relacionar a adesão ao tratamento com os valores da hemoglobina glicada (HbA1c). Métodos: Foi realizada análise do prontuário de 56 pacientes (2 a 17 anos) atendidos no ambulatório de endocrinologia pediátrica do Conjunto Hospitalar de Sorocaba, durante o período de agosto de 2013 a julho de 2014. Dados como idade, duração da doença, etiologia do diabetes (autoimune ou idiopático), tipo e número de aplicações diárias de insulina, rodízio no local de aplicação, valor de HbA1c, monitorização da glicemia capilar, ingestão de doces e refrigerantes e prática de atividade física foram avaliados. Para a análise estatística, admitiram-se dois grupos: mau controle = HbA1c>9%; e bom controle = HbA1c≤9%, de acordo com a International Society of Pediatric and Adolescent Diabetes (ISPAD). Resultados: A idade média do grupo foi igual a 10,5 anos: com 53,6% (n=30) dos pacientes em estado de cetoacidose diabética ao diagnóstico e 57,1% (n=32) deles com valor de HbA1c>9% no momento do estudo. O grupo de mau controle mostrou maiores idades, sendo composto principalmente por adolescentes (p=0,0230). A ingestão semanal de refrigerante foi associada ao grupo de mau controle (p=0,0500). Os demais fatores estudados não mostraram diferença estatística em relação aos grupos. Conclusões: Um grande percentual de pacientes com DM1 apresentou controle inadequado da doença, principalmente na faixa etária adolescente. O diagnóstico do DM1 na infância e na adolescência ainda é tardio, com elevada presença de cetoacidose diabética ao diagnóstico.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Carregando Métricas ...

Referências

Powers AC. Diabetes melito. In: Fauci AS, Braunwald E, Kasper DL, Hauser SL, Longo DL, Jameson JJ (editores). Harrison medicina interna. 17ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill; 2008. p. 2275-304.

Masharani U, Kram JH, German MS. Hormônios pancreáticos e diabetes melito. In: Greenspan FS, Gardner DG (editores). Endocrinologia básica e clínica. 7ª ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill Internamericana do Brasil; 2006. p. 541-613.

Maitra A. O sistema endócrino. In: Kumar V, Abbas A, Fausto N, Aster J (editores). Robbins e Contran: bases patológicas das doenças. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2010. p. 1105-72.

The absence of a glycemic threshold for the development of long-term complications: the perspective of the Diabetes Control and Complications Trial. Diabetes. 1996;45:1289-98.

Organização Pan-Americana de Saúde. La salud del adolescente y el joven en las Américas. Washington: OPS; 1985.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Diagnóstico e tratamento do diabetes tipo 1: atualização 2012. São Paulo: Sociedade Brasileira de Diabetes; 2012.

Haller MJ, Atkinson MA, Schatz D. Type 1 diabetes mellitus: etiology, presentation, and management. Pediatr Clin North Am. 2005;52:1553-78.

Sociedade Brasileira do Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira do Diabetes 2015-2016: Tratamento de crianças e adolescentes com DM Tipo 1. São Paulo: Sociedade Brasileira do Diabetes; 2009. p. 284-93.

Jaser SS. Family interaction in pediatric diabetes. Curr Diabetes Rep. 2011;11(6):480-5.

Sprapani VC, Nascimento LC. Crianças com diabetes mellitus tipo 1: fortalezas e fragilidades no manejo da doença. Ciênc Cuid Saúde. 2009;8:274-9.

Klein JM, Gonçalves AGA. A adesão terapêutica em contexto de cuidados de saúde primários. Psico-USF. 2005;10:113-20.

Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, e legislação correlata. 9ª ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara; 2010. p. 207.

American Diabetes Association. Diagnosis and classification of diabetes mellitus (position statement). Diabetes Care. 2004;27(Suppl. 1):S5-10.

White NH, Cleary PA, Dahms W, Goldstein D, Malone J, Tamborlane WV, et al. Beneficial effects of intensive therapy of diabetes during adolescence: outcomes after the conclusion of the Diabetes Control and Complications Trial (DCCT). J Pediatr. 2001;139:804-12.

Zar JH. Bioestatiscal analysis. Englewood Cliffs: Prentice Hall; 1986.

Siegel S, Castelani Jr NJ. Estatística não paramétrica para ciências do comportamento. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2006. 448p.

Lebtab TS, Dal-Bó K, Sakae TM. Perfil clínicoepidemiológico de crianças internadas com diabetes Mellitus tipo 1 no Hospital Nossa Senhora da Conceição, Tubarão-SC. Arq Catarin Med. 2009;38(2):38-44.

Almeida HGG, Campos JJ, Kfouri C, Tanita MT, Dias AE, Souza MM. Perfil de pacientes diabéticos tipo 1 insulinoterapia e automonitorização. Rev Assoc Med Bras. 2002;48(2):151-5.

Ziegler AG, Nepom GT. Prediction and pathogenesis in type 1 diabetes. Immunity. 2010;32(4):468-78.

Silveira VM, Menezes AM, Post CL, Machado EC. Uma amostra de pacientes com Diabetes Tipo 1 no Sul do Brasil. Arq Bras Endocrinol Metab. 2001;45(5):433-40.

Wang P, Lau J, Chalmers TC. Meta-analysis of effects of intensive blood glucose control on late complications of type I diabetes. Lancet. 1993;341(8856):1306-9.

Jose LPS, Cardoso-Dermatini AA, Liberatore Júnior RD, Paulino MF, Lemos-Marini SH, Guerra-Júnior J, et al. Perfil clínico e laboratorial de pacientes pediátricos e adolescentes com diabetes tipo 1. J Pediatr. 2009;85(6):490-4.

Shulman R, Palmert MR, Daneman D. Controle da glicemia em jovens brasileiros com diabetes tipo 1. J Pediatr. 2009;85(6):467-8.

Scottish Study Group for the Care of Young Diabetic. Factors influencing glycemic control in young people with type 1 diabetes in Scotland: a population-based study (DIABAUD2). Diabetes Care. 2001;24(2):239-44.

O’Hagan M, John NH. Glycemic control in children with type 1 diabetes in Wales: influence of the pediatric diabetes specialist nurse. Diabetes Care. 2010;33(8):1724-6.

Silva Júnior GR, Fuks AG, Cunha EF, Clemente EL, Gomes MB. Inter-relação de variáveis demográficas, terapêutica insulínica e controle glicêmico em pacientes com diabetes mellitus do tipo 1 atendidos em um hospital universitário. Arq Bras Endocrinol Metab. 1999;43(2):114-20.

Santos JR, Enumo SRF. Adolescentes com diabetes mellitus tipo 1: seu cotidiano e enfrentamento da doença. Psicol Reflex Crít. 2003;16(2):411-25.

Queiroz KC, Silva IN, Alfenas RCG. Associação entre fatores nutricionais e o controle glicêmico de crianças e adolescentes com diabetes melito tipo 1. Arq Bras Endocrinol Metab. 2010;54(3):319-25.

Downloads

Publicado

2017-06-26

Como Citar

1.
Pellicciari CR, Camargo L de A, Nigri AA, Novo NF. Perfil clínico e laboratorial de pacientes pediátricos com diabetes mellitus tipo 1, atendidos em um hospital público terciário de Sorocaba, São Paulo, e sua relação com a adesão ao tratamento. Rev. Fac. Ciênc. Méd. Sorocaba [Internet]. 26º de junho de 2017 [citado 20º de dezembro de 2024];19(2):61-6. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/RFCMS/article/view/24057

Edição

Seção

Artigo Original