A experiência da unidade espaço-tempo na literatura e na psicologia

Autores

  • Gabriel Fortes Macedo Universidade Federal de Pernambuco
  • Nadja Maria Vieira Universidade Federal de Alagoas

Palavras-chave:

Processos psicológicos, Cronotopo, Narratividade

Resumo

Neste ensaio defende-se o argumento de que a configuração cronotópica potencializa a obra literária como forma metafórica para experimentar a vida cotidiana. Esse argumento apoia-se nas declarações em que Bakhtin destacou que a organização de processos psicológicos de personagens no enredo está relacionada com a experiência da unidade tempo-espaço, conceitualmente denominada de cronotopo. Para exemplificar essas questões desenvolveu-se aqui uma análise da configuração cronotópica do autor-personagem no Livro do desassossego de Fernando Pessoa. A dificuldade do autor-personagem para negociar as posições de figura e fundo no seu pensamento refletiu uma experiência de fronteira específica, revelada na frequente associação de termos antagônicos e uso frequente de neologismos. Percebendo o funcionamento cronotópico da narrativa, discute-se o potencial da literatura na provisão de metáforas para vida real. Nessas considerações chamou-se a atenção para a participação do leitor na constituição do cronotopo e da obra.

 

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Publicado

2015-04-30

Como Citar

Macedo, G. F., & Vieira, N. M. (2015). A experiência da unidade espaço-tempo na literatura e na psicologia. Bakhtiniana. Revista De Estudos Do Discurso, 10(1), Port. 119–136 / Eng. 128. Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/20791

Edição

Seção

Artigos