“inquietando as águas”: A magia de relembrar o passado em Two Wings to Veil My Face, de Leon Forrest
Palavras-chave:
Leon Forrest, Two Wings to Veil my Face, Elementos mágicos, Comunidade afro-americana, MemóriaResumo
Escrito durante décadas de intensos debates sobre a possibilidade de se recuperar uma autêntica identidade afro-americana, Two Wings to Veil My Face[1] é uma reação contra os nativistas que defenderam e celebraram uma verdadeira identidade afro-americana. Os autores deste artigo ilustram a forma pela qual Leon Forrest implementou o realismo mágico para, metaforicamente, desvelar as vozes do passado há muito suprimidas, a fim de construir uma identidade contemporânea. Contudo, o passado ancestral, tal qual representado pelos narradores, não é nem adulterado, nem totalmente puro. Para tanto, os protagonistas relembram e relatam sua horrenda história coletiva e, assim, revelam a cumplicidade de alguns afro-americanos com os proprietários de escravos. Ao relembrar as experiências traumáticas do passado da comunidade, conforme este estudo explicará, o herói do romance, Nathaniel, reinventa sua identidade com base em uma história comunal não censurada e enfatiza o primado dos laços comunais em detrimento de linhas familiares ilusórias.
[1] N. do T.: O romance Two Wings to Veil My Face [Duas asas para esconder minha face], de Leon Forrest, não tem ainda tradução para a língua portuguesa.