O redemoinho sagrado. A imaginação poético-pentecostal de Carlos Nejar em Riopampa: o moinho das tribulações

Autores

  • Alan Brizotti Faculdade Unida

Palavras-chave:

Carlos Nejar, Riopampa, Discurso religioso, Pentecostalidade, Bakhtin

Resumo

O discurso religioso é múltiplo, desafiador e convidativo, especialmente quando poesia e imaginação teológica se encontram, expandindo suas fronteiras. Carlos Nejar, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, em seu romance Riopampa: o moinho das tribulações, fornece-nos ampla variedade de imagens, símbolos e experiências que podem ser atribuídas, dentre outras características, ao seu envolvimento com o Sagrado a partir da pentecostalidade, uma vez que Nejar é pastor pentecostal. No presente artigo, vamos refletir sobre o redemoinho Sagrado, dentre outras metáforas utilizadas por Nejar, para tentar responder à pergunta: por que a imaginação nejariana no romance Riopampa: o moinho das tribulações, dentro do espectro do discurso religioso, pode ser considerada pentecostal? Para esse fim, utilizaremos o aporte teórico da Análise do Discurso, sob os auspícios de Bakhtin e seu dialogismo, além de uma concisa pesquisa documental tendo o referido romance nejariano como base.

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Biografia do Autor

Alan Brizotti, Faculdade Unida

Mestrando em Ciências das Religiões pela Faculdade Unida-ES. Poeta e psicanalista (IBPC-SP). Membro da ABIB

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Publicado

2024-05-14

Como Citar

Brizotti, A. (2024). O redemoinho sagrado. A imaginação poético-pentecostal de Carlos Nejar em Riopampa: o moinho das tribulações . Bakhtiniana. Revista De Estudos Do Discurso, 19(2). Recuperado de https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/view/63557

Edição

Seção

Artigos