Religiosidade versus ecocrítica em Senhores do orvalho, de Jacques Roumain
Palavras-chave:
Religiosidade, Ecocrítica, Narrativa, Meio ambienteResumo
O vodu, religião que teve origem na África ocidental, misturado com o catolicismo no Haiti, permeia a narrativa Senhores do orvalho (2022), de Jacques Roumain. O Immanuel, que dá origem a Emanuel ou Manuel e em hebraico significa “Deus está conosco”, é o protagonista e vem como um “Messias” para conscientizar seu povo de que nem tudo depende da religiosidade. Respeita os credos exaltados pelo seu povo, mas alerta para a responsabilidade de cada um com a mesma natureza de cujas entidades fazem parte. Personagem, vítima da diáspora, pois ficou 15 anos em Cuba, volta para o seu país trazendo as experiências adquiridas e promovendo um sopro de esperança e continuidade para sua gente. A nova cosmovisão da personagem propicia o desdobramento da narrativa, provocando o embate entre os pressupostos de uma religião pagã, imbricada pelos pressupostos do cristianismo, e tendo como desencadeador do conflito na trama, o meio ambiente. Este trabalho pretende demonstrar na narrativa o embate entre os pressupostos da religiosidade e o conceito de ecocrítica.
Referências
AGUIAR, Flávio; VASCONCELOS, Sandra Guardini T. (org.). Ángel Rama. Literatura e cultura na América Latina. Trad. Rachel La Corte dos Santos e Elza Gasparotto. São Paulo: EDUSP, 2001.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
BRUGIONI, Elena; MELO, Alfredo César. Ecocrítica(s): literatura e colapso ambiental. Remate de Males, Campinas, SP, v. 42, n. 2, pp. 254-259, 2023. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/remate/article/view/8672928. Acesso em: 25 fev. 2024.
FIGUEIREDO, Eunice. Posfácio. In: ROUMAIN, Jacques. Senhores do orvalho. Trad. Monica Stahel. São Paulo: Ed. Carambaia, 2022. pp. 191-202.
GARRARD, Greg. Ecocrítica. Trad. Vera Ribeiro. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006.
GLOTFELTY, Cherill. Introduction. In: GLOTFELTY, Cherill; FROMM, Harold (org.). The Ecocriticism Reader: Landmarks in Literary Ecology. Londres: University of Georgia Press, 1996. pp. 15-37.
HURBON, Laënnec. Le culte du vaudou: Histoire-Pensée-Vie. Chicoutimi, 1975 [Édition életctronique réalisé à partir de l’article original]. Disponível em: http://classiques.uqac.ca/contemporains/hurbon_laennec/culte_du_vaudou/culte_du_vaudou.html. Acesso em: 20 fev. 2024.
OLIVEIRA, Irene Dias de. Identidade negada e o rosto transfigurado do povo africano (os Tsongas). São Paulo: Annablume: Universidade Católica de Goiás, 2002.
ROUMAIN, Jacques. Senhores do orvalho. Trad. Monica Stahel. São Paulo: Ed. Carambaia, 2022.
SUIRE, Nikita; FREIRAS, Flávio Luiz de Castro; OLIVEIRA, Ana Carolina Amorim. Os símbolos sociais no vodu haitiano e seus significados. Vivência: Revista de Antropologia, [S. l.], v. 1, n. 57, pp. 332-359, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufrn.br/vivencia/article/view/27414. Acesso em: 25 fev. 2024.
TUAN, Yi-Fu. Topofilia: um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente. Trad. Lívia de Oliveira. Londrina: Eduel, 2015. (Livro eletrônico). Disponível em: https://www.eduel.com.br/ebook-topofilia-um-estudo-da-percepcao-atitudes-e-valores-do-meio-ambiente-epub.html. Acesso em: 16 mar. 2024.
WILLIAMS, Raymond. Cultura e materialismo. Trad. André Glaser. São Paulo: Ed. Unesp, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.





