Processos de resistência e emancipação do leitor-espectador-ouvinte no combate ao racismo estrutural: a escrevivência de Conceição Evaristo em ato
Palavras-chave:
Conceição Evaristo, Escrevivência, Oralidade, Emancipação, Racismo EstruturalResumo
Este estudo[1] examina os processos de resistência e emancipação presentes nas obras da escritora brasileira Conceição Evaristo, especificamente em seu conceito de escrevivência, e como as leituras de sua obra podem ser importantes para o enfrentamento ao racismo estrutural. A pesquisa parte da premissa de que a literatura pode ser uma ferramenta poderosa na luta contra o racismo e na promoção da igualdade racial, e o leitor-espectador-ouvinte tem um papel fundamental neste combate. Por meio de uma abordagem interdisciplinar que combina estudos literários, sociologia e teoria crítica racial, analisamos como a escrevivência de Evaristo convida este leitor-espectador-ouvinte para uma possível emancipação. Nossa análise mostra que a escrevivência de Evaristo permite que os leitores, espectadores e ouvintes negros se vejam representados de maneira autêntica e valorizada em sua literatura afrodiaspórica.
[1] O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001.
Referências
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Belo Horizonte: Letramento, 2019.
BÂ, Amadou Hampâté et al. A tradição viva. In: História geral da África, v. 1, 2010. pp. 167-212.
BERND, Zilá. Introdução à literatura negra. São Paulo: Brasiliense. 1988.
EVARISTO, Conceição. A escrevivência e seus subtextos. In: Escrevivência; uma escrita de nós: reflexões sobre a obra de Conceição Evaristo. In: DUARTE, Constância Lima; NUNES, Isabela Rosado; LOPES, Goya (Org.). Rio de Janeiro: Mina Comunicação e Arte, 2020.
EVARISTO, Conceição. Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Revista Scripta, v. 13, n. 25, pp. 17-31, 2009. Disponível em: https://periodicos.pucminas.br/index.php/scripta/article/view/4365/4510. Acesso em: 13 mai. 2024.
EVARISTO, Conceição. Ponciá Vicêncio. 4. ed. Rio de Janeiro: Pallas, 2018.
EVARISTO, Conceição. Da representação à autoapresentação da mulher negra na literatura brasileira. Revista Palmares, v. 1, n. 1, pp. 52-57, 2005. Disponível em: https://www.palmares.gov.br/sites/000/2/download/52%20a%2057.pdf. Acesso em 12 mai 2024.
GONZÁLEZ, Lélia. Racismo e sexismo na cultura brasileira. Revista Ciências Sociais Hoje, v. 2, n. 1, pp. 223-244, 1984. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7395422/mod_resource/content/1/GONZALES%2C%20L%C3%A9lia%20-%20Racismo_e_Sexismo_na_Cultura_Brasileira%20%281%29.pdf. Acesso em 13 mai. 2024.
MARTINS, Leda. Performances da oralitura: corpo, lugar da memória. Revista do PPG em Letras UFSM, n. 26, pp. 63-81, junho 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11881. Acesso em 14 mai. 2024.
MOURA, Clóvis. Sociologia do negro brasileiro. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2019.
NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: documentos de uma militância Pan-Africanista. 3. ed. rev. São Paulo: Perspectiva; Rio de Janeiro: Ipeafro, 2019.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. Buenos Aires: CLASCO, Consejo Latinoamericano de Ciencias Sociales, 2005.
RANCIÈRE, Jacques. O espectador emancipado. Trad. Ivone C. Benedetti. São Paulo: Editora WMF e Martins Fontes, 2012.
SARTRE, Jean-Paul. O existencialismo é um humanismo. Tradução João Batista Kreuch. Petrópolis: Vozes, 2022.
SARTRE, Jean-Paul. Que é a literatura?. São Paulo: Ática, 2004.
ZUMTHOR, Paul. Performance, recepção e leitura. Tradução Jerusa Pires Ferreira e Suely Fenerich. São Paulo: Ubu, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Bakhtiniana. Revista de Estudos do Discurso

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. Os autores concedem à revista todos os direitos autorais referentes aos trabalhos publicados. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.





