A epistemologia instrumentalista de Dewey e os novos problemas filosóficos da era pós-darwinista
DOI:
https://doi.org/10.23925/1809-8428.2017v14i1p74-86Palavras-chave:
Instrumentalismo. Darwinismo. Iluminismo. Contra-Iluminismo.Resumo
O presente artigo é parte de uma investigação mais ampla sobre a Epistemologia Naturalista e Realista de Dewey e sua contribuição para a filosofia no século XXI, desenvolvida na Universidade de Navarra, em estágio pós-doutoral. Com base neste contexto, delimitamos a presente análise sobre o método instrumentalista de Dewey e os problemas filosóficos que resultaram para a filosofia numa etapa pós-darwinista. O objetivo da presente pesquisa é num primeiro momento caracterizar o instrumentalismo de Dewey, bem como trazer à discussão que Dewey empreendeu no seu famoso ensaio “The Influence of Darwinism on Philosophy”(1909), acerca das tarefas postas para a filosofia após as descobertas darwinianas sobre o principio de transação dos fenômenos vivos. Concluímos que Dewey concentrou-se em provar que a filosofia tem um papel importante quanta à discussão das implicações da teoria darwiniana para o conhecimento. Num segundo momento, situaremos o instrumentalismo de Dewey como herdeiro de uma arquitetura teórica da modernidade com base em dois movimentos: o Iluminismo e o Contra-Iluminismo. Concluiremos à luz de Lavine (1995) que concepção de ciência desenvolvida por Dewey é sustentada pela a ideia de que a ciência e democracia compartilham não apenas o mesmo padrão de investigação, o "método da inteligência", mas também as mesmas virtudes morais: uma disposição para questionar, para procurar clareza e evidência, para ouvir e respeitar as opiniões dos outros, para considerar alternativas de forma imparcial, para mudar de ponto de vista em virtude da investigação e da comunicação.