A escola fodoriana e a psicologia evolucionária são frequentemente apresentadas como perspectivas rivais no interior da tradição computacionalista. Não obstante, elas concordam em um ponto fundamental: uma arquitetura cognitiva não-modular é computacionalmente inviável. A interpretação oferecida neste artigo mostra que Fodor, ao apostar suas fichas em uma noção estrita de módulo (módulos são informacionalmente encapsulados), termina rejeitando o computacionalismo em nome da confiança na existência de um sistema central. A psicologia evolucionária, por sua vez, aposta em uma noção menos estrita de módulo (módulos podem receber inputs uns dos outros), o que leva ao resultado inverso: rejeição da ideia de sistema central em nome da confiança no computacionalismo.